"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


16 dezembro 2009

Homenagem a Chico Xavier

Belo vídeo que encontrei no Youtube homenageando o nosso Chico Xavier. Jesus, Mediunidade e Caridade.
Muitas saudades, Chico!...

11 dezembro 2009

Memória celular

Este post foi retirado do site Saindo da Matrix e é de autoria do criador do site, o Acid. Já tinha postado ele em um blog que eu mantinha no ano passado, com autorização do Acid, e resolvi postar aqui também.

Semana passada, um americano que havia recebido há 13 anos o coração de um suicida em um transplante se matou da mesma forma que seu doador. Além do que, 1 ano depois do transplante, ele já havia procurado a família do doador para agradecer pelo órgão e acabou se envolvendo (e casando!) com a viúva do antigo dono do coração!

Isso nos dá realmente o que pensar. Afinal, não é o primeiro caso.

"Nunca vou esquecer o dia em que recebi aquele telefonema. Eu fui a primeira pessoa a quem mamãe ligou. Ela me disse: como é que ele foi capaz de se matar? Fizemos uma reunião de família e meu irmão falou: vamos doar todos os órgãos dele", conta a irmã do jovem Howie.

O fígado de Howie foi doado para Debbie Véga. "Naquele dia eu estava muito doente, e podia até ter entrado em coma se não tivesse recebido aquele fígado a tempo", diz Debbie.

A história ocorreu nos Estados Unidos. A operação foi um sucesso, mas logo depois coisas estranhas começaram a acontecer com a mulher que recebeu o fígado no transplante:
- "Dois dias depois do transplante, eu pedi ao meu marido: compre amendoim, compre salgadinho de queijo para mim. Só que eu nunca gostei de comer isso. Passei três ou quatro meses comendo essas coisas, sem parar. Aí comecei a fantasiar: será que era isso que o doador gostava de comer?"

Debbie voltou ao hospital para tentar conseguir informações sobre o doador. Ela perguntou a uma enfermeira: é um homem? Uma mulher? A enfermeira respondeu: é um garoto. Só disse isso. Houve outra mudança nos hábitos de Debbie depois do transplante: ela começou a praticar luta. Ela pensou: será que o doador gostava de lutar? Dois anos depois da operação, ela finalmente conheceu a família do doador. As irmãs do jovem confirmaram: sim, ele gostava de lutar, e dava chutes iguais ao dela.
- "Parece que é ele usando o corpo dela. É como se ele quisesse provar a todo mundo que continua vivo", diz a irmã.

Casos como esse são pesquisados pelo doutor Gary Schwartz, um professor de medicina da Universidade do Arizona. Ele diz:
- "Explicações meramente biológicas são insuficientes para entender esses fatos bizarros. Essas memórias dos transplantados sugerem a possibilidade de continuidade da consciência mesmo depois da morte".
Os céticos dizem que essas memórias são simples coincidências, ou talvez efeitos colaterais dos medicamentos que os pacientes devem tomar depois da cirurgia. Mas como explicar uma outra história contada por Debbie?
- "Assim que acordei da cirurgia, lembrei de uma coisa que parecia um sonho: vi uma cena, um rapaz, uma moça de aparência latina. Ela usava uma blusa listrada".
A irmã comenta:
- "Isso me assustou, porque o meu irmão se matou na frente da namorada. Ela foi a última pessoa que ele viu: naquele dia, ela estava mesmo de blusa listrada".

O doutor diz que um dos casos mais fascinantes que estudou foi o de um jovem de 17 anos, um violinista, assassinado na rua. Seu coração foi transplantado para um homem de 47 anos, que, de repente, se apaixonou por música clássica. Passou a ouvir música clássica por horas e horas e disse que aquelas melodias comoviam seu coração. O problema do doutor Schwartz é demonstrar que células e órgãos podem guardar e transmitir algum tipo de memória. Mas ele acredita que existe uma espécie de energia que circula pelo corpo e leva informação a todas as células. É uma energia que teria origem no coração e estaria relacionada com nossas emoções.
- "Emoção é energia em movimento, ela pode estabelecer ligações biofísicas", defende o controvertido pesquisador.


Em uma ótima entrevista à Revista Planeta, o Dr. Paul Pearsall nos fala que as células têm memória e que o coração carrega um código energético especial, que nos conecta com os demais seres humanos e com o mundo à nossa volta. De certa maneira, sua teoria explica por que muitos transplantados passam a manifestar traços da personalidade do doador. Segundo Pearsall, "o fato de que as células têm memória é uma lei básica da natureza. Mesmo os mais simples organismos unicelulares lembram como se movimentar, encontrar alimento, fazer sexo e evitar os predadores. Os cientistas chamam isso de memória da função, mas, se uma célula pode lembrar, é bem provável que muitas células juntas poderiam ter memórias mais complexas e elaboradas. As células do coração são as únicas células rítmicas. Elas pulsam mesmo quando estão fora do corpo, e quando colocadas próximas a outras células do coração, se comunicam entre si e entram juntas numa batida rítmica. As células do coração retiradas por biópsia de um paciente e colocadas num prato de laboratório vibraram mais rápido quando seu doador estava sendo testado numa esteira ergométrica, num aposento no fim do corredor, bem distante do lugar onde suas células estavam sendo observadas. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, transferiram as memórias de vermes. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia mostraram que um único elétron podia alterar as memórias de nossos genes. Existem dezenas de fascinantes descobertas em pesquisas que indicam o princípio de que estamos ligados de uma maneira que ainda não entendemos."

O coração é muito mais do que um mecanismo bombeador. Ele não está a serviço do cérebro, mas é um parceiro para formar com ele nossa organização interna de manutenção da saúde
(Paul Pearsall)
A medicina chinesa já sabia disso há alguns milhares de anos. Segundo eles, o coração é responsável por controlar o sangue, os vasos sanguíneos e a mente. Isso mesmo. Não só a atividade mental, como a consciência, ou, como eles chamam, "dotar a mente de tesouro". Quando há Ki/Qui (energia vital) em abundância no coração, isso se reflete no rosto, que possui muitos vasos sanguíneos. Um rosto brilhante e rosado revela uma pessoa sã, enquanto um rosto obscuro ou azul-purpúreo indica deficiência de Ki ou estagnação do sangue no coração.

Mas poderia um distúrbio mental afetar de forma irreversível a memória celular do coração? Vejamos o que diz o espiritismo, no capítulo 18 do livro de André Luiz (Psicografado por Chico Xavier) Missionários da Luz, que trata de obsessão e seus efeitos no organismo:

A jovem que reagia contra o assédio das sombras demonstrava normalidade física razoável. Parecia alguém que fazia todos os esforços para defender o equilíbrio da própria casa. No entanto, os outros apresentavam lamentáveis condições orgânicas. A mulher possuída tinha sérias perturbações, desde o cérebro até os nervos lombares e sacros, apresentando completo desequilíbrio da sensibilidade, além de grave descontrole das fibras motoras. Esses desequilíbrios não se limitavam apenas ao sistema nervoso, mas atingiam também as glândulas e demais órgãos em geral.
(...)
Percebendo que Alexandre estava mais disponível, comentei o que havia observado, perguntando, em seguida:
- Tendo em vista os desequilíbrios físicos que pude verificar nos assistidos, podemos considerá-los como doentes do corpo também?
- Com certeza – afirmou Alexandre -, o desequilíbrio da mente pode causar perturbação geral do corpo físico. É por isso que as obsessões, quase sempre, vêm acompanhadas de aspectos muito complicados. As perturbações da alma levam às doenças do corpo.
- Mas e se conseguíssemos afastar os obsessores definitivamente? Como ex-médico encarnado, vejo que estes doentes psíquicos não têm as doenças restritas à mente. Com exceção da jovem mais forte, os outros apresentam estranhos desequilíbrios do sistema nervoso, com distúrbios no coração, fígado, rins e pulmões. Digamos que conseguíssemos fazer com que os obsessores desistissem de seu intento. Os obsidiados teriam de volta o equilíbrio físico, retomando a saúde plena?
Alexandre pensou um pouco, antes de responder, e disse:
- André, o corpo físico é como um violino que se entrega ao músico, que, nesse caso, é o espírito encarnado. É indispensável preservar o instrumento das pragas e defendê-lo de ladrões. (...) O violino simbólico de que falamos, quando entregue às forças do mal, pode ficar parcialmente destruído. E, mesmo que seja devolvido ao verdadeiro dono, pode não ter mais a qualidade que tinha antes. Um Stradivarius pode ser autêntico, mas não poderá ser ouvido com as cordas arrebentadas. Como vemos, os casos de obsessão apresentam complicações naturais e, para solucioná-los, não podemos dispensar a colaboração direta dos próprios interessados, os obsidiados.
- Entendo! Mas, suponhamos que os obsessores mudem de idéia e se afastem definitivamente do mal, depois de atacarem o corpo dos obsidiados durante longo tempo... Nesse caso, esses obsidiados não se recuperariam imediatamente? Não teriam a saúde completa novamente?
Com a paciência que lhe é peculiar, Alexandre respondeu:
- Já vi casos assim e, quando acontecem, os antigos perseguidores se transformam em amigos, ansiosos por reparar o mal praticado. Às vezes, com a ajuda dos planos superiores, conseguem a recuperação física plena daqueles que sofreram os seus ataques desumanos. No entanto, na maioria dos casos, os obsidiados não conseguem mais recuperar o equilíbrio do corpo físico.
- E vão com a saúde comprometida até a morte? – perguntei, muito impressionado.
- Sim – respondeu Alexandre, tranqüilamente.

Referência: Tratado de Medicina Chinesa (Ed. Roca);
Documentário "Transplante de Memórias", do Discovery Home and Health;
Paul Pearsall - Memória das Células (Ed. Mercuryo)

09 dezembro 2009

Diante do madeiro



Ante a cruz infamante me prosterno
E contemplo-te, oh! Cristo, os membros lassos,
O duro lenho que te prende os braços,
Abre-te em sangue o coração fraterno.

Fitas o olhar de luz, dorido e terno,
Na cerúlea beleza dos Espaços,
Enquanto os homens, lúbricos e crassos,
Trazem ao monte o cavernoso inferno.

Rei prostrado ante horrenda lança em riste,
Pende-te a fronte dolorosa e triste,
Sob a traição cruel dos teus mordomos...

E choro e grito amargamente, a esmo,
Carregando, enojado de mim mesmo,
A vergonha dos Judas que ainda somos.

AUGUSTO DOS ANJOS

(Psicografado por Francisco Cândido Xavier, in "Nosso Livro", LAKE editora)

05 dezembro 2009

Que pedes?









 "Louco, esta noite te pedirão a tua alma."
JESUS, Lucas 12:20






Que pedes à vida?

Os ambiciosos reclamam reservas de milhões.

Os egoístas exigem todas as satisfações para si somente.

Os vaidosos reclamam louvores.

Os invejosos exigem as compensações que lhes não cabem.

Os despeitados solicitam considerações indébitas.

Os ociosos pedem prosperidade sem esforço.

Os tolos reclamam divertimentos sem preocupação de serviço.

Os revoltados clamam por direito sem deveres.

Os extravagantes exigem saúde sem cuidados.

Os impacientes solicitam realizações sem bases.

Os insaciáveis pedem todos os bens, olvidando as necessidades dos outros.

Essencialmente considerando, porém, tudo isso é verdadeira loucura, tudo fantasia do coração que se atirou
exclusivamente à posse efêmera das cousas mutáveis.

Vigia, pois, cuidadosamente, o plano dos teus desejos.

Que pedes à vida?

Não esqueças de que, talvez esta noite, pedirá o Senhor a tua alma.

EMMANUEL

(Psicografado por Francisco Candido Xavier, in "Nosso Livro", LAKE editora.)

04 dezembro 2009

Link TVCEI

Postamos na guia ao lado o link da TV CEI - webtv espírita mantida pelo Conselho Espírita Internacional - com programação 24 horas por dia, com programação de alta qualidade doutrinária. Encontramos em sua programação diária, entrevistas e palestras com Divaldo Franco, Raul Teixeira, Richard Simonetti, Marlene Nobre e vários intelectuais espíritas, além de registros de Chico Xavier. A variedade de conteúdos, arte, literatura, cinema, palestras, entrevistas e documentários atingem a todos os tipos de público e provê grande enriquecimento cultural e doutrinário.

03 dezembro 2009

Desenvolvimento mediúnico

 Todos possuímos algum grau de mediunidade, que se caracteriza pelo registro de entidades desencarnadas. Alguns sentem um arrepio, um formigamento; outros sonham vividamente com seres extra-físicos; outros podem ver esses mesmos seres e, não raro, alguns se comunam tão intimamente das idéias desses espíritos por sua aproximação que dão passividade a suas idéias, palavras e até mesmo feições faciais e voz, a chamada psicofonia (ou "incorporação", termo mais popularmente usado, embora incorra num erro conceitual, uma vez que o comunicante não toma o corpo do médium, mas faz ligações fluídicas em pontos sensíveis de seu perispírito).

Dito isto, como a mediunidade se apresenta em seus primórdios? É possível desenvolvê-la? Constitui prova ou privilégio? Tentaremos modestamente abordar essas questões nos próximos parágrafos.

A eclosão da mediunidade pode se dar de diversas maneiras. Em grande parte, o médium, geralmente desconhecedor da Doutrina ou do que seja mediunidade, sofre grandes transtornos pelo desequilíbrio em que se encontra ao vivenciar fatos espirituais e impressões que o levam a pensar estar enlouquecendo. Em outros, ela se dá de maneira gradual, na medida em que novos conhecimentos se somam e o médium em gérmen começa a dilatar suas potencialidades até tomar parte do serviço mediúnico de forma completa. A associação com a loucura, conforme falamos há pouco, é complexa, e preconceitos de diversos tipos com a mediunidade, mormente em religiões pentecostais (embora eles mesmos doutrinem espíritos e permitam uma série de manifestações, chamando-os de "demônios") nada ajuda a resolver a síndrome mediúnica de eclosão, e nenhum esclarecimento ou consolo traz ao candidato a colaborador do plano espiritual.

Mas quem consegue desenvolver ou possuir, ainda que em gérmen, tal faculdade? Kardec, nO Livro dos Médiuns, foi enfático ao descrever tal faculdade como orgânica, intrínseca a determinada conformação somática. Essa tese foi desenvolvida por André Luiz, que inclusive situou o centro da mediunidade nas atividades da glândula pineal, reforçando ainda mais o postulado kardequiano. Alguns autores, entretanto, sustentam que a faculdade possui além do caráter orgânico inerente, uma estreita relação com o desenvolvimento moral da criatura. Esta, à medida que se espiritualiza, passa a perceber vibrações mais sutis, condizentes com as suas, e registra, então, impressões do plano espiritual. Uma objeção facilmente seria feita ao vermos tantas pessoas estranhas ao Espiritismo e, muitas vezes, com condutas moralmente inaceitáveis desenvolverem tais aptidões. Isso porque a mediunidade constitui para tais criaturas situação de prova ou expiação, em que foi outorgado a eles esse instrumento de trabalho para que se melhorassem contribuindo na melhora dos outros com a mediunidade. Para outros, mais conscientes de suas tarefas, a mediunidade vem mais branda, de forma mais natural, conforme compromisso assumido no plano espiritual.

A questão é complexa e é difícil na prática tomarmos as coisas de forma tão absoluta, por um outro ponto de vista. Raciocinemos: o corpo é o grande responsável pela manifestação mediúnica; mas este mesmo corpo está subordinado em sua formação às características intrínsecas de seu perispírito, chamado por alguns mais modernamente como Modelo Organizador Biológico (MOB), que é mais ou menos depurado segundo o grau de adiantamento moral do espírito reencarnante. Ou seja, indiretamente a evolução do Espírito interfere no processo de formação de seu corpo, e conseguintemente, das condições de suas futuras potencialidades mediúnicas. O que extrapolamos disso é que a faculdade é sim orgânica, mas sua gênese está também atrelada ao adiantamento do próprio Espírito, e, assim, notamos que a moral pode atuar positivamente na mediunidade, mas que ela dependerá exclusivamente das condições físicas que o corpo dispuser para sua manifestação.

O que acima denominei "desenvolvimento mediúnico" seria mais apropriadamente chamado "educação mediúnica". Seria o processo de se aperceber de suas capacidades extra-sensoriais e utilizá-las de modo útil no contanto com os desencarnados. No entanto, além das melhores disposições é necessário muito estudo e um grupo coeso de estudos com o amparo dos Protetores Espirituais para um melhor aproveitamento. Desse modo, é possível educar essa capacidade, otimizando sua manifestação, exercendo-a de forma segura, sem interferências das trevas, e tornando-se cada vez mais intermediário fiel do Além.

Mas vale ressaltar aqui a declaração inicial de todos podermos registrar de alguma forma a presença de desencarnados, que a mediunidade não é privilégio, mas acréscimo de responsabilidade no trabalho no Bem, sobre todos no planeta, ilustrando as palavras do Mestre Jesus: "Nos últimos tempos, diz o Senhor, difundirei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos, sonhos. Nesses dias, difundirei do meu Espírito sobre os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão." (Atos, 2:17 e 18)

Bibliografia
1. O Livro dos Médiuns, por Allan Kardec, Editoras LAKE, FEB, IDE, BOA NOVA
2. Missionários da Luz, André Luiz (Espírito), psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB editora.
3. Evolução em Dois Mundos, André Luiz (Espírito), psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, FEB editora.
4. Mediunidade, Edgard Armond. Aliança Editora.
5. O Evangelho Segundo o Espiritismo, por Allan Kardec. Editoras LAKE, FEB, IDE, BOA NOVA
6. Curso de Educação Mediúnica. Autores Diversos. FEESP Editora

30 novembro 2009

O que é Perispírito?

Tal termo, cunhado por Allan Kardec, se refere a um "corpo fluídico", semi material, que liga o Espírito, estrutura imaterial e eterna, ao corpo, material e perecível. Tem a mesma forma do corpo físico, e é também responsável por sua formação. Isso porque o perispírito é o nosso "arquivo da alma"; tudo que fazemos ao nosso corpo material, pela íntima relação célula a célula com o períspirito, também se manifesta em nosso perispírito. De modo que um fumante inveterado nesta encarnação sofrerá as consequencias do fumo além-túmulo também, uma vez que seu perispírito também fora lesado. Essa lesão repercutirá em nova existência, por meio da reencarnação, uma vez que o perispírito servirá de molde para a diferenciação celular e formação de todos os órgãos, constituindo no corpo físico, as consequencias de seus próprios atos e o roteiro para um novo caminho de evolução e mudança de comportamento.

Embora tal registro ocorra em sua estrutura, é impossível "lembrar-se" de todas as existências por meio do perispírito. Isso porque o Espírito seleciona apenas as experiências que agregaram valor intelectual e moral a seu cabedal de conhecimento. Assim, à medida que a criatura evolui, se espiritualiza, o perispírito vai se tornando mais sutil, e todas as memórias tornam-se patrimônio do Espírito. Chegaremos a um ponto, portanto, em que não precisaremos mais reencarnar, e o perispírito inexistirá; seremos apenas Espírito.

O perispírito, ou "corpo espiritual", possui, como o corpo físico, diversas estruturas que o compõe, sendo os  centros de força (ou chakras, na terminologia hindu), as mais conhecidas. Tais pontos são acumuladores e distribuidores de energias no perispírito e constituem a base da terapêutica espírita de passes, por estarem muitas vezes em desequilíbrio, bloqueando determinados fluxos energéticos. É também sensível a diversas formas outras de perturbação, como por larvas mentais (criações ideoplásticas inferiores, que se alimentam de nossos pensamentos) e até mesmo complexa aparelhagem da dimensão espiritual, constituindo obsessões complexas muitas vezes de difícil resolução. O maquinário celular físico, produz ainda, fora as excretas eliminadas pelo próprio corpo, formas espectrais, digamos assim, decorrentes do metabolismo de tudo que por ele é consumido, sendo possível ver essas emanações no períspirito (tais emanações constituem a aura, que reflete não somente o metabolismo celular mas psíquico e espiritual do ser também).

Uma outra função não menos importante do perispírito é permitir a manifestação espiritual. Os médiuns registram por meio de pontos sensíveis em seu perispírito a presença de Amigos Espirituais ou entidades perturbadas. Esses pontos são meticulosamente estudados pelos Mentores quando deseja-se desenvolver e educar a mediunidade.

Temos o perispírito, então, como uma estrutura nobre, que nos permite reconhecer nossa unidade no tempo e no espaço, preservando-nos a forma, nos reajustando com nós mesmos e brilhando, conosco, ante as bênçãos resplandecentes da mediunidade instrutiva com Jesus.

28 novembro 2009

Através da reencarnação


"Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos, na expectativa do agasalho e do pão.

Se é justo deplorar o atraso moral do planeta que ainda acalenta privação e necessidade, examinemos a nós mesmos, quando nos inclinamos para a ambição desvairada, e verificaremos que a penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que nos corrige os excessos.

Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando alívio e remédio.

Se é compreensível lastimar as condições da estância física, que ainda expõe semelhantes quadros de sofrimento, observemos o pesado lastro de animalidade que conservamos no próprio ser e reconheceremos que sem as doenças do corpo, através da reencarnação, seria quase impossível aprimorar as faculdades da alma

Fora melhor não enxergássemos crianças infelizes, suscitando angústias no lar ou piedade na via pública.

Se é natural comover-nos diante de problemas assim dolorosos, meditemos nos ódios e aversões, conflitos e contendas, que tantas vezes carregamos para além do sepulcro, transformando-nos, depois da morte, em Espíritos vingativos e obsessores, e agradeceremos às Leis Divinas que nos fazem abatidos e pequeninos, através da reencarnação, entregando-nos ao amparo e ao arbítrio daqueles mesmos irmãos a quem ferimos noutras épocas, a fim de que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da comiseração maternal que nos alimpe e conserve o organismo indefeso, venhamos, por fim, a aprender que a Eterna Sabedoria nos ergueu para o amor imperecível na vida triunfante.

Terra bendita! Terra, que tanta vez malsinamos nos dias de infortúnio ou nos momentos de ignorância, nós te agradecemos as dores e as aflições que nos ofereces, por espólio de nossos próprios erros, e rogamos a Deus nos fortaleça os propósitos de reajuste e aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum modo, os benefícios que nos tem prodigalizado, por milênios de milênios, através da reencarnação!..."



Pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, in "Estude e Viva", editora FEB.

27 novembro 2009

A vingança do judeu

Livro instigante, repleto de reviravoltas e exemplos do amor e da dor no caminho da evolução espiritual

O romance mediúnico “A vingança do judeu”, do espírito J.W. Rochester, psicografado pela médium russa Wera Krijanowski no início do século passado, ganha nova edição pela FEB, além de ser publicado também por outras editoras espíritas. Conta a história de um rico banqueiro judeu que se apaixona por uma condessa cristã, que pela diferença de classes, jamais poderiam ficar juntos, segundo os preconceitos da época. Graças a fatores que não contarei aqui, o banqueiro apaixonado lança mão de um subterfúgio que irá marcar toda a trajetória dele e dos outros personagens, em sucessões de eventos marcantes, alternando dor e amor, num binômio tão próximo e intenso, que fará as páginas do livro correrem celeremente. O livro se divide em duas partes, em que predominam as quedas morais em uma, e a regeneração dos personagens na outra. O livro com suas mais de 400 páginas pode cansar em certos momentos em que a narrativa torna-se mais lenta e atrelada a detalhes secundários, mas provê grandes tesouros aos mais obstinados.


Quanto à questão de estilo, embora bem acabado e competente ao conduzir o leitor pela história, a narrativa apresenta algumas digressões às vezes um pouco clichês. Além disso, trata-se de um livro mais “romanesco”, com uma história com golpes melodramáticos, que poderia mesmo ser adaptada como novela de grande sucesso, tamanha a quantidade de eventos e relações complexas que se desenvolvem entre as personagens – e digo isso sem desmerecer o livro, mas apenas enaltecendo uma característica peculiar de um estilo que agrada, embora às vezes exagere.

Para quem está habituado à leitura de Emmanuel e André Luiz, não sentirá a linguagem pungente de Emmanuel ou a didática e transcendência de André Luiz, mas topará certamente com um livro que muitas emoções trará ao leitor, que avidamente consumirá esse bom livro.

25 novembro 2009

A reencarnação


Atendendo ao pedido da leitora Nathalie, vou postar aqui de uma forma simples e resumida sobre a reencarnação. O assunto carece de uma explicação mais aprofundada mas o necessário para o entendimento direcionado a pessoas com que estão começando agora a ler sobre doutrina segue abaixo:

O objetivo de todo Espírito é a sua evolução, encarnamos na Terra com o intuito de viver a nossa vida e através dessa vivência ir adquirindo mais experiênia e sabedoria, o que por consequência acaba dando ao Espírito a chance de ir evoluindo. A necessidade de encarnar em um planeta como a Terra (que é de provas e expiações, na sua atual condição) é justamente o fato de que ainda estamos em um grau de evolução em que necessitamos de forte interação com a matéria "pesada" e a Terra fornece o necessário para a nossa breve estadia por aqui, pois cada Espírito encarna em uma orbe compatível com seu grau de evolução, ou seja, um Espírito mais evoluido necessita menos matéria do que um Espírito menos evoluido (como nós), por isso ele acaba encarnando em um planeta que tem menos matéria em sua composição, e assim vai até o ponto de o Espírito não precisar mais encarnar, pois alcança um grau de evolução tão alto que a interação com a matéria deixa de ser necessária.

Pois bem, de uma forma resumida, digamos que é tanta coisa pra aprender com essas experiências que uma vida só aqui na Terra (o que varia, mas a média é de uns 70 a 80 anos hoje, chutando) não é o suficiente para alcançarmos o grau de evolução necessário, pois é preciso respeitar as leis da física e o nosso corpo (que é o meio em que nosso Espírito usa para interagir com a matéria deste planeta) acaba "jogando a toalha" e por fim falece. Esse é o momento em que chamamos de desencarne, pois o Espírito deixa o corpo a qual não lhe serve mais e parte novamente para o mundo espiritual, o seu verdadeiro lar.

A experiência de vida na matéria continuará novamente quando o Espírito regressar em um novo corpo (aqui ele renasce, ou reencarna, como preferir) e começar uma nova vida, aprendendo novas coisas e adquirindo mais sabedoria sobre as coisas, como a moral e o amor ao próximo, e assim fechando o ciclo a qual damos o nome de reencarnação.

Mas, uma pergunta que poderia ficar no ar (dentre muiiiitas outras, pois, como disse, o assunto carece de um estudo bem profundo) é o por que o nosso corpo não pode viver mais tempo (digamos ai 300 anos) e "economizar" essas idas e vindas. Mais uma vez, é preciso respeitar outros pontos, no caso, o próprio planeta, pois o mesmo não suportaria tantas pessoas vivendo por um longo período de tempo, pois seus recursos são limitados e é necessário a manutenção do número de habitantes para o equilibrio de seus recursos naturais. Isso ocorre não só aqui na Terra como também em outras orbes que recebe Espíritos encarnados.

Bom, espero ter conseguido esclarecer um pouco mais sobre a reencarnação, mesmo que de uma forma tão resumida como se vê acima, do mais, o estudo mais aprofundado é indicado para maiores esclarecimentos, mas o básico é isso.

15 novembro 2009

Campanha Espírita

Estamos postando e divulgando aqui no blog uma campanha encabeçada pela TVCEI - canal espírita já há alguns anos na internet - que pretende estar disponível em operadoras de tv a cabo, como Sky e Net. Além das transmissões ao vivo e de programas gravados pela internet, a TVCEI já tem seu conteúdo disponível nos celulares Claro3G e pretende com a ajuda do público espírita estar disponível em tv paga. Este é um primeiro passo, inclusive, para a conquista de uma concessão em Tv aberta, defendida até pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. É uma iniciativa muito importante de difusão da Doutrina e que grande influencia pode ter nos projetos educacionais do país.
Acessem o site para participarem do abaixo-assinado:

http://www.euconcordo.com/tvcei

12 novembro 2009

Decálogo para Médiuns

"1 - Rende culto ao dever.
Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações

2 - Trabalha espontaneamente.
A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.

3 - Não te creias maior ou menor.
Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.

4 - Não esperes recompensas no mundo.
As dádivas do Senhor, como sejam o fulgor das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a benção da coragem, não têm preço na Terra.

5 - Não centralizes a ação.
Todos os companheiros são chamados a cooperar no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.

6 - Não te encarceres na dúvida.
Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele intérprete da verdade, procede, originariamente, de Deus.

7 - Estuda sempre.
A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.

8 - Não te irrites.
Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.

9 - Desculpa incessantemente.
O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizam à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.

10 - Não temas perseguidores.
Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poea da eterna ressureição."

André Luiz

Extraído do livro "O Espírito da Verdade", psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, editora FEB.

09 novembro 2009

Mediunidade é loucura?

Não, e há inclusives trabalhos científicos demonstrando isso. Embora os médiuns tenham "experiências psicóticas", a grande maioria deles - porque afinal de contas, quem estará definitivamente livre da loucura? - não tem uma estrutura psicótica. Em sua tese de doutorado pelo Instituto de Psiquiatria da USP, o professor Alexander Moreira de Almeida, fez seu trabalho justamente avaliando a saúde mental dos médiuns, que a contrário das expectativas acadêmicas, que sempre rotularam tais pessoas dentro do grupo dos "histéricos" e "impressionáveis", não tiveram escores de saúde mental piores que da população geral.

Mas como pessoas existem com fragilidades de todo tipo, a mediunidade pode sim, naquelas predispostas, favorecer a loucura, mas não mais do que outras atividades que igualmente gerariam estresse sobre a estrutura fisica/psicológica do indivíduo com essas predisposições. Vejamos o que nos diz Kardec sobre isso, ao questionar os Espíritos sobre o assunto:

"Poderia a mediunidade produzir a loucura?

Não mais do que qualquer outra coisa, desde que não haja predisposição para isso, em virtude de fraqueza cerebral. A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta esta já não existia em gérmen; porém, existindo este, o bom-senso está a dize que se deve usar de cautelas, sob todos os pontos de vista, porquanto qualquer abalo pode ser prejudicial"

Kardec sustentava ainda, contra àqueles que queriam desqualificar os espíritas, chamando-os de ingênuos ou impressionáveis, levados à loucura, que o Espiritismo tinha a estranha mania de "acometer a classe mais instruída". Nos últimos censos no Brasil, observa-se esse mesmo padrão, notando-se os declarados espíritas entre os com mais anos de estudo e renda, dos quais a "loucura" nada deve ter ajudado a construir.

Vale ressaltar também o grande número de sanatórios espíritas no país, prestando assistência médica e usando a terapia espírita no tratamento daqueles cujo desequilíbrio espiritual é o maior responsável pelo transtorno mental. Fato este que atesta o uso da Doutrina inclusive no tratamento de casos indevidamente catalogados dentro dos transtornos mentais, sem quaisquer investigações de possíveis causas espirituais - negadas pela Ciência materialista tradicional.

07 novembro 2009

Paulo e Estevão

O ápice da produção mediúnica de Chico Xavier

Grandes mestres da Literatura nos causam profundas emoções, às vezes difíceis de definir, quando lemos suas obras. Costumo dizer que Kafka me ensinou a sentir estranhamento e angústia; James Joyce, perplexidade e êxtase; Machado de Assis, ironia, humor e sobriedade. Mas foi Emmanuel que me ensinou a chorar lendo um livro. E Paulo e Estevão está simplesmente no rol das grandes contribuições espíritas ao beletrismo português. Devia ser cobrado em vestibulares, inclusive.
Isso porque sua qualidade literária é indiscutível, por quem quer que o leia. Logo na primeira cena, em que o pai de Estevão é agredido, Emmanuel descreve a cena com cores fortes, não poupa palavras e imagens, numa construção que bem poderia ser usado em algum filme expressionista. A linguagem flui ágil da pena de Xavier, e toma vida nas sucessivas páginas do livro.

A biografia de dois grandes mártires do Cristianismo é contada com muitas minudências e referências aos textos bíblicos. Mas é um livro de apelo afetivo, que longe de idealizar seus personagens, os humaniza e atormenta com toda a carga de dificuldades próprias na senda evolutiva do mundo corpóreo. Dificuldades, perseverança e fé são temas recorrentes na obra, que de forma poética e grandiosa, no estilo erudito e clássico de Emmanuel, narra o martírio de Estevão e a conversão de Saulo, nascido em Tarso, Paulo, nascido em Cristo.
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Em pequeno preâmbulo, Emmanuel, profundo conhecedor que é do Espírito humano, vislumbra àqueles que lerão o livro ávidos por confrontá-los com fontes históricas ditas seguras e insofismáveis. Mas sem almejar tal rigor, o Autor Espiritual, profundo admirador da personalidade do Apóstolo dos Gentios, conta que pretende narrar e enaltecer alguns aspectos da vida de Paulo pouco conhecidos, lançando nova luz sobre alguns hiatos presentes nos registros oficiais.
A cena da aparição de Jesus a Paulo no caminho de Damasco e da despedida de Paulo antes de ir à Roma, são particularmente belas em seu aspecto narrativo. As descrições dos costumes e da vida política também são muito ricas, ambientando a narrativa de modo convincente.
É um livro para ser lido e admirado. Àqueles que não o conhecem, estejam certos, espíritas ou não, que grandes emoções os esperam nesse livro.

20 outubro 2009

"Traços do caráter espírita"


Humildade sem subserviência.
Dignidade sem orgulho.
Devotamento sem apego.
Alegria sem excesso.
Liberdade sem licença.
Firmeza sem petulância.
Fé sem exclusivismo.
Raciocínio sem aspereza.
Sentimento sem pieguice.
Caridade sem presunção.
Generosidade sem desperdício.
Conhecimento sem vaidade.
Cooperação sem exigência.
Respeito sem bajulice.
Valor sem ostentação.
Coragem sem temeridade.
Justiça sem intransigência.
Admiração sem inveja.
Otimismo sem ilusão.
Paz sem preguiça.

Pelo Espírito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, em "Caminho Espírita", IDE editora.

18 outubro 2009

A formação do Espiritismo em destaque


Encontra-se em excelente preço no site da Federação Espírita Brasileira a coleção completa da Revista Espírita, iniciada por Kardec, dos doze anos em que ele esteve à frente da publicação. A promoção, com a coleção por quase metade do preço, ainda traz uma agenda de brinde temática de Chico Xavier.

A Revista Espírita foi um espaço criado por Kardec para a livre circulação de idéias espíritas e traz comentários, discussões, instruções dos mais diversos colaboradores, encarnados e desencarnados, sobre praticamente todos os temas pulsantes na época inicial da Doutrina. Na verdade, a "Revue" foi a ante-sala da Codificação, uma vez que vários artigos publicados nas obras básicas já haviam aparecido nela. Tudo que consta na Codificação aparece na "Revue", desdobrado, em gérmen ou sob um aspecto diferente, exposto por outros colaboradores, que vão de León Denis a Camille Flammarion. Trata-se, portanto, de guia precioso para todos nós espíritas.

03 outubro 2009

O igrejismo

Uma das mais importantes características da Doutrina Espírita é a ausência de dogmas. Isso faz com que a doutrina seja totalmente flexível a questionamentos feitos por seus adeptos, de forma muito direta e natural, sem que haja nenhum tipo de constrangimento ou até mesmo represárias. A definição de dogma é bem clara, pois são "verdades" que são impostas ao seguidores de algum tipo de religião ou crença e essas mesmas "verdades" não podem ser questionadas ou muito menos contestadas. Os dogmas são um artifício fortemente usados principalmente por correntes religiosas, e isso não é de hoje, como uma forma de manter o seu rebanho sob controle. É importante citar aqui que através disso já houve (e ainda há) muito derramar de sangue mundo afora.
Voltando ao Espiritismo, é justamente a ausência de dogmas que nos permite fazer questionamentos, debater abertamente assuntos que nos geram dúvidas e até mesmo contestar algo que julgamos não estar corretos. Particularmente falando, esse ponto é fundamental na doutrina, é através disso que somos livres para aprender mais e mais, através de nossos questionamentos e debates livres de culpa.
Infelizmente o Movimento Espírita hoje se encontra em um grau próximo ao praticado em igrejas cujo o dogma é ainda um pilar, há uma certa "contaminação" dentro do Espiritismo vindo de outras crenças e religiões. Ai mora o perigo, o perigo já constatado de que o Movimento Espírita vai aos poucos inserindo esses dogmas em seus procedimentos. Começam a aparecer dentro do movimento certas regras que não podem em hipótese alguma ser questionada ou contestada, sempre com a desculpa de que essas "regras" são para o bem do próprio adepto e que caso não sejam seguidas pode haver sérias complicações, ou seja, fazem um verdadeiro terror, instalando o medo mesmo. Isso ai é dogma.
Um dos pontos mais fortes dessa situação que eu venho reparando a um bom tempo é justamente a parte tocante a comunicação com o mundo espiritual, que vem sendo, de modo bem velado, diminuida em boa parte das casas espíritas (geralmente controladas por algum tipo de federação).
Assim, o assistido acaba indo até a casa espírita, na grande maioria das vezes, apenas para tomar passes junto com um gole de água fluidificada e em seguida voltar pra casa, como um fiel que vai nas missas de domingo. Claro que isso tem o lado bom, nunca devemos rebaixar a fé de uma pessoa mas, pra mim, há Doutrina Espírita tem muito mais a oferecer do que simplesmente procedimentos de rotina como se fosse uma igreja.
Já vi casos em que proibem a comunicação espiritual por isso ser perigoso, como se o mundo espiritual fosse um mundo proibido, exatamente como as igrejas pintam.
É de suma importancia que a doutrina continue desatada de qualquer dogma, que seus adeptos continuem podendo questionar, podendo contestar e acima de tudo podendo aprender livremente o que os irmãos do lado de lá tem a nos ensinar. Se continuar nesse ritmo, logo estaremos entrando em uma casa espírita para assistir a missa de domingo também, e não é essa a proposta do Espiritismo.

02 outubro 2009

Educação para a morte

O temor da morte sempre atormentou o homem pelo sentimento de impermanência, insegurança diante de uma vida que pode exaurir ao menor balanço do tempo, e sobretudo, por significar o fim de tudo aquilo ao qual o homem iludidamente se apega em sua existência.

Dentro de uma visão pedagógica, podemos ver o Espiritismo como uma pedagogia para o aqui e para o Além, de resposabilização por nossos atos, de auto-educação e aprimoramento rumo a perfeição, a uma existência plena de vida e realizações, dentro de uma faixa de experiência superior ao dos sentidos materiais. A vida realiza, a morte liberta e transcende. E devemos enxergar esse processo, dentro de nossa contemporização espírita, algo natural.

Como assinala Rubem Alves: “A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir”. Isso tem profundas implicações éticas em nossa vida. Por exemplo, quanto aos conceitos de “ortotanásia”, “eutanásia” e “distanásia”. Se nós, espíritas, não defendemos a eutanásia (abreviação da vida com base em suposto sentimento de humanidade) por conhecermos as profundas implicações de determinadas provas, também não devemos defender a vida “a qualquer custo”, em que a Medicina, com seus avanços e serviços em favor da Humanidade, poderia prolongar a atividade biológica do corpo, mesmo que o corpo esteja num processo patológico irrecuperável e a morte já o tenha visitado diversas vezes, sempre frustrada por reanimações e procedimentos invasivos que nada permitiram a mais de realização para aquele Espírito, senão o aprisionamento no corpo degenerado. O conceito de “ortotanásia” deve nortear nosso trato nesse tipo de situação, ao sabermos os limites do corpo e da Medicina, tratando o que pudermos e não aprisionando àqueles libertos pelo Plano Espiritual.

Encarar a morte efetivamente não é fácil. O Evangelho e a Doutrina, entretanto, nos oferecem grandes recursos para compreendermos esse momento crucial de experiência para o Espírito. E para citar Rubem Alves uma última vez, deixo a imagem da Pietá, de Michelângelo, que segundo Alves seria a imagem da morte tranquila. A face do Mestre no braço carinhoso da Grande Mãe é de fato indescritível.


Comece pelo começo

Ao me deparar com um cartaz da USE – União das Sociedades Espíritas – de divulgação da Codificação, com os dizeres “Comece pelo começo”, lembrei-me da mensagem que deixo abaixo, de Emmanuel. Quando o Espiritismo tem o desafio de se manter fiel à suas raízes frente a inúmeras influenciações de religiões orientais, de grande valor filosófico mas não atreladas ao ideal do Cristo que transforma, e de outros exotismos que apenas confundem e não guiam o coração, devemos sempre relembrar a exortação do grande cristianizador do Brasil pelas mãos de Chico Xavier.



Kardec

"Lembrando o Codificador da Doutrina Espírita, é imperioso estejamos alertas em nossos deveres fundamentais.
Conveçamo-nos de que é necessário:

Sentir Kardec;
Estudar Kardec;
Anotar Kardec;
Meditar Kardec;
Analisar Kardec;
Comentar Kardec;
Interpretar Kardec;
Cultivar Kardec;
Ensinar Kardec;
Divulgar Kardec...

Que é preciso cristianizar a Humanidade é afirmação que não padece dúvida; entretanto, cristianizar, na Doutrina Espírita, é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação."

Psicografado por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, presente no livro “Caminho Espírita”

17 setembro 2009

Anjos Desconhecidos

"Há guardiões espirituais que te apoiam a existência no plano físico e há tutores da alma que te protegem a vida na Terra mesmo.

Freqüentemente, centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pó. Admiras os artistas renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esqueces facilmente os braços humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras primas da esperança e da paciência. Aplaudes os heróis e tribunos que se agigantam nas praças, todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te facilitam. Ouves, em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade doméstica, invariavelmente dispostos a te estenderem generosidade e carinho.

Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente, à custa de inteligência e trabalho; contudo, reverencie também aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao preço de sacrifícios pungentes.

São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram a fé e irmãos que te ensinaram a confiar e servir... Vários deles fazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio entardecer; alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo às gerações que retomam a lide terrestre, enquanto outros muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes.

Pense nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de quando em quando, unge-lhes o coração de reconhecimento e alegria. Para isso, não desejam transfigurar-se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estímulo, um aprece ou uma flor."

Emmanuel

Psicografia de Francisco Candido Xavier, contida no livro "Caminho Espírita"

08 setembro 2009

Autoridade do Além

Um livro que tive contato recentemente, e muito me surpreendeu pelas descrições de inúmeras sessões de materializações nos anos 50 e 60, com documentação fotográfica inclusive assinada pelo próprio Chico Xavier nas sessões em que ele participou, foi o "Materializações Luminosas", de Rafael Ranieri. Confesso que algumas fotos (não as de Chico ou Peixotinho) pareceram-me ruins demais para serem anexadas como material comprobatório. Mas no que tange àquelas sessões em que Chico participou, realmente nenhuma dúvida resta acerca da fenomenologia. Curiosa é uma descrição feita pelo autor do respeito das entidades espirituais ao nosso querido médium, que transcrevo abaixo. Fica a dica do livro, de interesse de todos que estudam a parte científica, e mais um testemunho da grande envergadura espiritual de Chico Xavier.

"Coisa maravilhosa era ver como os espíritos se dirigiam com imenso carinho ao Chico Xavier, dando-lhe a importância que deve ter perante o mundo invisível e esqueciam-se de outras personalidades que estavam no recinto, portadoras dos títulos universitários concedidos pelos homens. Prova belíssima de que o homem vale realmente como figura moral e espiritual acima de todas as vaidades humanas."

(Trecho extraído do livro "Materializações Luminosas", de Rafael Ranieri)

06 setembro 2009

Link Biblioteca Virtual Espírita

Deixamos aos amigos visitantes do nosso modesto blog uma sugestão na internet. O site da Biblioteca Virtual Espírita conta com grande acervo de vídeos, palestras, apostilas, livros dentre outros. Este link constará também na barra "Links Interessantes" ao lado.
Bons estudos a todos.

25 agosto 2009

Cometas e estrelas

Como essas semanas estão sendo corridas, tanto pra mim quanto para o Júlio, vou bater ponto e postar aqui uma mensagem sobre amizade que achei muito interessante. Apesar de não saber exatamente o autor e também não ter um cunho estritamente espírita, a mesagem vale, e muito, como uma reflexão sobre uma coisa importantissima em nossas vidas, a amizade.

Há pessoas estrelas; há pessoas cometas.Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam. As estrelas permanecem. Os cometas desaparecem.Há muita gente cometa. Passam pela vida da gente apenas por instantes, gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. Gente sem amigos. Gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença.Há muita gente cometa. Assim são muitos e muitos artistas. Brilham apenas por instantes nos palcos da vida. E com a mesma rapidez com que aparecem, também desaparecem. Assim são muitos reis e rainhas de todos os tipos. Reis de nações, rainhas de clubes ou concurso de beleza. Assim são pessoas que vivem numa mesma família e que passam pelo outro sem serem presença.Importante é ser estrela. Estar presente. Marcar presença. Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida.Amigo é estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. Coração que não quer enamorar-se de cometas que apenas atraem olhares passageiros. E muitos são cometas por um momento. Passam, a gente bate palma e desaparecem.Ser cometa é não ser amigo. É ser companheiro por instantes. É explorar sentimentos. É ser aproveitador das pessoas e das situações. É fazer acreditar e desacreditar ao mesmo tempo.A solidão de muitas pessoas é conseqüência de que não podem contar com ninguém. A solidão é resultado de uma vida cometa. Ninguém fica todos passam. E a gente também passa pelos outros.Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder vê-las e senti-las. Todos os dias poder contar com elas. Todos os dias ver sua luz e calor.Assim são os amigos. Estrelas na vida da gente. Pode-se contar com eles. Eles são uma presença. São aragem nos momentos de tensão. São luz nos momentos escuros. São pão nos momentos de fraqueza. São segurança nos momentos de desânimo.Olhando os cometas é bom não sentir-se como eles. Nem desejar-se prender-se em sua cauda. Olhando os cometas é bom sentir-se estrela. Marcar presença. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz para muitos amigos. Ter sido calor para muitos amigos. Ter sido calor para muitos corações.Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa: É NASCER E TER VIVIDO E NÃO APENAS EXISTIDO.

Um abraço a todos.

14 agosto 2009

Mesa branca

É comum encontrar pessoas relacionando o Espiritismo com a tal da mesa branca, geralmente essas mesmas pessoas não tem um conhecimento sobre a doutrina ou nem mesmo faz parte dela, muito embora as vezes os próprios espíritas acabam contribuindo para a confusão. Eu mesmo já me vi nessa situação, em que me perguntam qual religião eu sigo. Dai a coisa começa.

- Sou espírita.

- Ah é? nossa, então você vai em terreiros e essas coisas? como é ir nesses lugares?

- Não, veja bem, você está confundindo com outra crença, no Espiritismo não existe terreiros, não existe rituais, somente segue a codificação de Allan Kardec, o seu fundador.

- Ahh tá, agora entendi. Você é Kardecista.

- Não, mais uma vez está confundindo. Kardecismo não existe, esse termo, apesar de ser bem conhecido e relacionado ao Espiritismo, não existe na doutrina. Como disse, Kardec foi o codificador da doutrina, mas a doutrina se chama Espiritismo, pois seguimos a doutrina dos Espíritos e não Kardec em si, apesar do grande respeito que temos pelo codificador e o seu maravilhoso trabalho em relação a isso tudo.

- Hummm, tá certo. Agora sim deu pra entender. É mesa branca né?

O diálogo acima é bem comum, e a maioria das pessoas não tende a explicar as coisas como deveriam, e fica por isso mesmo, e a confusão continua.

Mas, afinal, o que é a tal da mesa branca?

Mesa branca nada mais é que um simples termo inventado para diferenciar o Espiritismo de outras crenças, como a Umbanda e o Candomblé. Falando bem na lata mesmo, é mais um termo inventado para que não confundam o Espírita com "macumbeiros", do mesmo modo que se faz com o termo "Kardecista".

Ao meu ver, o uso desses termos denota um certo preconceito com as outras crenças, já que os termos citados aqui não tem outro objetivo a não ser o de simplesmente colocar o Espiritismo em um ponto isolado em relação as outras doutrinas, como se o Espiritismo fosse, indiscutivelmente, "melhor" e "mais puro" que as outras. É um erro.

O grande problema está localizado entre os próprios espíritas que permitem o uso dos termos errados e permitem a continuidade desse equívoco. É de suma importancia o esclarecimento desses pontos, principalmente pra quem está chegando agora, pois são eles os responsáveis por levar, em um futuro próximo, a mensagem do Espiritismo.

12 agosto 2009

Chico Xavier - O Filme

Já tem data o lançamento nacional do filme "Chico Xavier", produzido e dirigido por Daniel Filho. O dia-a-dia das gravações podem ser acompanhadas no blog oficial das filmagens, na página do site oficial do filme.

O filme será lançado no dia 2 de abril de 2010, sexta-feira. Trata-se de uma data interessante pois coincidiu de cair no dia do centenário do médium e ser numa sexta-feira, dia nacional de estréias. Não bastasse isso, 2 de abril ainda é sexta-feira santa...



Um excepcional dia para o lançamento do filme.

Aos vendilhões dos templos modernos

Reportagem mediúnica de Humberto de Campos com Judas Iscariotes

Jesus expulsando os vendilhões do templo


Com a aceitação de denúncias contra alguns "vendilhões do templo", que massacram massas com seus pedidos estapafúrdios de dízimos e usam do poder temporal em benefício dos seus "negócios de fé", dominando grandes mídias, conforme publicamos há pouco no blog, acho interessante relembrarmos a conclusão de Judas em antológico texto psicografado por Chico Xavier:


"Nas margens caladas do Jordão, não longe talvez do lugar sagrado,
onde o Precursor batizou Jesus Cristo, divisei um homem sentado sobre uma pedra. De sua expressão fisionômica irradiava-se uma simpatia cativante. - Sabe quem é este? - murmurou alguém aos meus ouvidos. - Este é Judas. - Judas?!... - Sim. Os espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram, volver atrás, visitando os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se momentaneamente transportados aos tempos idos. Então mergulham o pensamento no passado, regressando ao presente, dispostos ao heroísmo necessário do futuro. Judas costuma vir a Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor, meditando nos seus atos de antanho... Aquela figura de homem magnetizava-me. Eu não estou ainda livre da curiosidade do repórter, mas entre as minhas maldades de pecador e a perfeição de Judas existia um abismo. O meu atrevimento, porém, e a santa humildade do seu coração ligaram-se para que eu o atravessasse, procurando ouvi-lo. - O senhor é, de fato, o ex-filho de Iscariotes? - perguntei. - Sim, sou Judas - respondeu aquele homem triste, enxugando uma lágrima nas dobras de sua longa túnica. Como o Jeremias, das Lamentações, contemplo às vezes esta Jerusalém arruinada, meditando no juízo dos homens transitórios... - E uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus? - Em parte... Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e as tricas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilotos e o tetrarca da Galiléia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder, já que, no seu manto e pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que, aliás, apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos. - E chegou a salvar-se pelo arrependimento? - Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus, e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial(JOANA D'ARC), onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência... - E está hoje meditando nos dias que se foram... - pensei com tristeza. - Sim... estou recapitulando os fatos como se passaram. E agora, irmanado com Ele, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas que ainda não é deste mundo, sinto nestas estradas o sinal de seus divinos passos. Vejo-O ainda na cruz entregando a Deus o seu destino... Sinto a clamorosa injustiça dos companheiros que O abandonaram inteiramente e me vem uma recordação carinhosa das poucas mulheres que O ampararam no doloroso transe... Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor... Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra... Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores. Quanto ao Divino Mestre - continuou Judas com os seus prantos - infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque, se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado... - E verdade - concluí - e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-LO. Judas afastou-se tomando a direção do Santo Sepulcro e eu, confundido nas sombras invisíveis para o mundo, vi que no céu brilhavam algumas estrelas sobre as nuvens pardacentas e tristes, enquanto o Jordão rolava na sua quietude como um lençol de águas mortas, procurando um mar morto."

Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Humberto de Campos, contida no livro Memórias de Além Túmulo

11 agosto 2009

Espiritismo Gobalizado

Simpatia e sensacionalismo mesclam-se nas relações da grande mídia com o Espiritismo

Temos no Brasil, segundo ultimo censo do IBGE de 2000, 1,3% de nossa população se declarando espírita. Embora ainda represente uma fatia pequena do total da população, e quase não tenha crescido percentualmente nos últimos 10 anos, a Doutrina Espírita no Brasil mantém-se como foco de grande interesse da mídia e da população em geral. Basta ver a variedade de programas de temática espiritualista na televisão, como o programa do Gaspareto que até recentemente ia ao ar pela Rede TV em que o Espírito Kalunga respondia às questões dos telespectadores (por incorporação do médium) ou, de maior impacto, e as telenovelas – a novela “Alma Gêmea”, por exemplo, retornará à grade de programação da Rede Globo em “Vale a pena ver de novo” e tem como mote a reencarnação. Não é a primeira novela a tratar do assunto. Em 1976, a novela “O Profeta” da TV Tupi contou inclusive com a participação especial de Chico Xavier. “A Viagem” foi outro grande sucesso de audiência, mostrando a obsessão e os complexos de culpa no Além.
Mas qual a repercussão dentro e fora da Doutrina? Como os não-espíritas vêem esses temas trabalhados na televisão? E como os próprios espíritas se comportam diante deles?
Embora percentualmente pequenos, os espíritas brasileiros vivem dentro de uma realidade religiosa fragmentada. Assim como existem católicos “praticantes” e “não-praticantes”, no Espiritismo existem “espíritas” e “simpatizantes”. Os primeiros freqüentam regularmente Centros Espíritas, estudam a Doutrina (entenda-se bem, Evangelho de Jesus, Allan Kardec e Chico Xavier) e se esforçam por absorver os postulados espíritas e a moral de Jesus; os segundos também freqüentam Centros Espíritas, lêem livros espíritas, mas não se aprofundam o suficiente no estudo sistemático, às vezes temem reprovações de conhecidos e preferem se dizer “simpatizantes”, denominando-se como praticantes de religiões diversas da espírita. Estima-se que estejam 25 milhões de brasileiros nessa situação. Isso sem falar em pontos doutrinários. Cerca de 60 % dos católicos acreditam em reencarnação! E esse é um ponto teologicamente combatido pela Igreja.
Essa simpatia que existe foi conquistada – e a quantos custos! – em sua imensa parte por Chico Xavier. Sua vida foi marcada pela caridade, pelo despojamento de tudo que é material; tudo que fez foi mandar notícias do Além, consolando e enxugando lágrimas; estudando e ensinando na prática o verdadeiro Evangelho de Jesus. O trabalho sério o fez conhecido e respeitado, principalmente nos meios populares. Alguns cinicamente associam o trabalho filantrópico espírita a capilarização da Doutrina em meios pobres, tradicionalmente católicos (com uma tendência de crescimento evangélico). Isso é absurdo pois que os espíritas contam-se, segundo o mesmo levantamento do IBGE, entre as pessoas de maior escolaridade e renda. A simpatia pela temática espírita, com foco na reencarnação e na caridade, é legítima pela naturalidade de suas idéias em todos os meios e pelo trabalho sério e constante feito por muitos seareiros.
Obviamente que nem tudo deve ser comemorado. Em geral, existe muito respeito ao se tratar de temas espíritas na mídia em geral. Mas com a tomada da direção de inúmeros órgãos de imprensa por setores neopentecostais de interesses inconfessáveis, muitos preconceitos que pensávamos estarem mortos ressuscitaram pelas mãos de inúmeros pastores. Em um programa do “Show da Fé”, de R.R. Soares, quando perguntado sobre audição mediúnica, referiu-se claramente a tal situação por “obra do demônio”. Edir Macedo, em livro retirado do mercado por determinação da justiça, afirmava coisas semelhantes, chamando seus fiéis a nova cruzada contra religiões em que o demônio se manifestava, que acabou provocando diversos ataques a terreiros na Bahia e pichações em muros de instituições espíritas.
Isso para ficar apenas num irrisório número de situações de impacto. Alguns programas de “baixo calão” notabilizam-se muitas vezes por tratarem de tais temas de forma sensacionalista, trazendo, por exemplo, “sensitivos”, “videntes” para casas ou lugares para fazerem registros mediúnicos de determinada situação. Não preciso nem dizer quais os abusos possíveis de serem cometidos. Enquanto por um lado tentam associar o Espiritismo ao demônio, por outro, o colocam no mesmo rol de práticas de adivnhação, apresentando em ambos os casos a Doutrina por tudo aquilo que ela não é.
E qual o melhor meio de vencermos tais meios depreciativos? Nossa postura, nossas boas maneiras, nosso conhecimento e prática evangélicas, eis a melhor propaganda doutrinária que fazemos. Se temos amigos evangélicos, porque não estudar o Evangelho com eles? São profundos conhecedores dos Testamentos e poderíamos progredir muito com estudos conjuntos feitos de forma respeitosa. Podemos, enfim, sem medo de nos declararmos espíritas, trabalharmos muito bem com todos, sem esconder o bem que nossa religião nos faz e apontarmos o cerne comum de todas as religiões cristãs, o exemplo de Jesus.
Respeitemos a todas as religiões, com a retribuição amorosa àqueles que nos dispensam amor ou com a paga cristã de devolver o Mal com o Bem.

30 julho 2009

Iconografia Espírita - Allan Kardec


Meu amigo e parceiro Júlio deu a idéia de usar um espaço no blog para ir postando iconografias de personalidades que foram e são importantes no movimento Espírita. Portanto, a título experimental, estou postando aqui a primeira delas, que fala justamemnte do codificador da Doutrina, Allan Kardec. A idéia é ir, com o tempo, colocando mais e falando de outras personalidades do meio. É só clicar na imagem acima para redirecionar para um tamanho um pouco maior e com mais qualidade.

O Espiritismo é Cristão?

A resposta para essa pergunta é simples e clara. SIM, e ponto final.
Alguns insistem em dizer e fazer valer a afirmação de que o Espiritismo não é Cristão, de que a doutrina fere o cristianismo em vários pontos, dentre os quais citarei os dois mais críticos, ao meu ver, que seguem abaixo:

A divindade de Jesus - Para os "verdadeiros Cristãos", Jesus seria o próprio Deus e não o filho Dele, não poderia ser criatura, já que o próprio é o Criador.

A redenção de Jesus - Deus, em toda sua bondade e misericórdia, enviou seu filho único, Jesus (Veja bem que, aqui se tem uma contradição, com o ponto de Jesus ser o próprio Deus) para salvar a humanidade dos seus pecados. Somente aceitando Jesus um "verdadeiro Cristão" se salva de seus pecados.


Sobre a divindade de Jesus, o Espiritismo nos esclarece que o Mestre é o ser de mais alta escala evolutiva que já se passou pela Terra, com a missão de nos ensinar do modo mais claro e belo possível o que é o Amor, o sentimento que rege o universo, a base fundamental para a evolução de todas as criaturas. Oras, Jesus é o filho de Deus, é nosso irmão maior, pois todos somos filhos de Deus. Em toda sua sabedoria e justiça, Deus nos cria TODOS simples e ignorantes, e temos a chance de subir a escada da evolução e um dia chegar lá. Foi assim com Jesus, vai ser assim comigo e com você também. Simples assim.

Como disse acima, o ser humano busca a sua evolução, é a nossa meta principal. Sendo criados simples e ignorantes por Deus, cabe a nós ir atrás de nosso aperfeiçoamento como ser humano, é nosso mérito superar todos os problemas, seria fácil demais aprontar até dizer chega durante boa parte da vida e depois simplesmente entrar em uma igreja, aceitar Jesus e sair com a "ficha limpa" com o pessoal lá de cima. Como um bebê que nasce sem fala e sem saber andar, somente com o convívio com outras pessoas, sua família, ele vai aprender a falar, vai perder o medo de um dia ficar em pé e dar os seus primeiros passos.

Jesus nos ensina a andar, segura em nossas mãos até que possamos caminhar sozinhos, está sempre por perto zelando por nós, é o nosso tutor aqui na Terra, é o nosso Mestre maior, mas temos que fazer nossa parte também, não adianta ficar parado só esperando o auxilio ou, pior, esperando a salvação cair, literalmente, do céu.

"Pois onde houver dois ou três, reunidos em meu nome, ali estarei"

Mateus 18:20

O Mestre não faz distinção de crenças, nos ensinou que amar é o único e verdadeiro caminho, e isso é o que importa. Ser Cristão é viver iluminado pela luz de Jesus, é seguir seus ensinamentos morais e amar ao próximo como a si mesmo.

Esse tema, infelizmente, é sempre seguido de muita polêmica e há muitos outros pontos a serem esclarecidos, renderia várias páginas deste humilde blog e, talvez, muita dor de cabeça... rsrsrs. Mas sigamos o exemplo do Mestre, que nos ensinou que o Amor move montanhas, e estaremos TODOS bem.

Cidadão do mundo

O local mais preciso é o sul da Escócia, o dia está nublado, o sol não deu as caras e eu estou ali, parado no meio de alguma estrada deserta em meio a montanhas olhando pra lugar nenhum e sentindo um "nada" que ao mesmo tempo me parece ser tudo o que sempre desejei. Sozinho, sem pressa nenhuma de chegar a qualquer lugar, longe da correria do mundo tecnológico de hoje, fico ali contemplanto a paisagem rústica daquele lugar por um tempo. Mochila nas costas, somente o necessário para não passar frio nem fome, recoloco os fones do mp3 player nos ouvidos (umas das poucas coisas modernas que não deixei pra trás) e sigo caminhando, na esperança de encontrar algum castelo medieval pelo caminho, que me proporcione a chance de explora-lo e encontrar algumas respostas para perguntas que as vezes me angustiam.


O trecho acima não é real, pois nunca pisei na Escócia (pelo menos nessa vida), mas retrata muito bem pensamentos que as vezes tenho, sentido saudade de um lugar que nunca visitei e sonhando andar por caminhos que não conheço, mas sei que estão lá. Quem sabe um dia.

Esse sentimento que toma conta de nós, por vezes é resultado de uma lembrança longínqua de uma vida passada e que provavelmente nos marcou bastante, pois apesar do véu do esquecimento que recebemos, algumas coisas nunca são esquecidas completamente, nossas experiências, nossa evolução conquistada por vidas e vidas a fio, sempre nos acompanham, pois nunca, jamais regredimos.

O esquecimento é necessário para que possamos trabalhar melhor nossos pontos críticos e aprender, lembranças de encarnações passadas iriam mais atrapalhar do que ajudar em nossa nova empreitada. Um espírito não trabalharia sua mágoa por outro, na encarnação atual, lembrando tudo o que se passou na vida passada, ele precisa aprender a amar novamente o seu desafeto e superar o problema gerado em outros tempos, se é necessário aprender viver na pobreza e dar valor nas coisas mais simples da vida, a lembrança de uma vida abastada não ajudaria em nada.


É importante citar que o esquecimento é temporário, pois quando voltamos ao plano espiritual (nossa pátria verdadeira) as lembranças passadas começam a vir a tona novamente de forma gradual, e aquele espírito que um dia teve mágoa de outro, um dia poderá abraçar seu antigo desafeto, o qual lhe rendeu uma bela amizade na encarnação que acabou de terninar e rirem juntos com a lembrança de que "a pouco tempo" não podiam se olhar. Do mesmo jeito, o "pobre" que deixa mais uma vez a terra rumo a pátria espiritual passa a saber que realmente há coisas infinitamente mais importântes que o bem material.

Por isso tudo, não é nenhum pouco exagerado dizer que somos sim, cidadãos do mundo, pois percorremos o globo através do tempo em busca de um único objetivo, a evolução de nosso ser, encontramos e reencontramos lugares e pessoas que fazem parte de nossa existência e que um dia, mesmo que por uma fração segundo, sentiremos saudades e ao mesmo tempo saberemos que vamos nos reencontrar por ai, não importa onde.

29 julho 2009

O Espiritismo faz invocação dos mortos?

Não. O trabalho feito em centros espíritas de intercâmbio espiritual é dirigido sempre pelos mentores espirituais quanto às manifestações a serem autorizadas, portanto não se faz invocação de espírito algum, antes, o plano espiritual é que nos invoca a darmos nossa contribuição às vezes necessária.
Kardec nos diz, entretanto, que há um Espírito que sempre podemos invocar: o de nosso Espírito Protetor individual, posto sempre a nos ajudar.
Sempre se faz objeções de cunho bíblico ao trabalho mediúnico. Citam-se, entre outros trechos, mas fundamentalmente, a proibição de se evocar os mortos feita por Moisés conforme se segue:

“Se um homem ou uma mulher tem um Espírito de Piton ou de adivinhação, que sejam punidos de morte; serão lapidados, e seu sangue cairá sobre suas cabeças” (Levítico, cap. XX, v. 27)

Essa parte - dentre outras dentro do próprio livro de Levítico e Deuteronômio - diz respeito à proibição de se consultarem os mortos para “adivinhação”, para se ler a sorte, prática conhecida como necromancia. Essa prática pouco séria é totalmente inconpatível com os postulados espíritas que prezam sempre pela autonomia e responsabilização da criatura pelos seus atos. Devemos acrescer a isso ainda o caráter secular do texto mosaico, que deveria legislar sobre seu povo; devemos ter o bom senso de avaliar o texto integral – que entre outras coisas prega a pena de morte – para balizar que se uma parte do texto está certa, porque as demais não estariam, tendo em vista o caráter sagrado e a inerrância da Bíblia? Poderíamos nós aceitarmos, baseados no dogma da inerrância da Bíblia, a pena da morte, os suplícios de todo tipo apregoados segundo a severa lei mosaica? O bom senso nos diz que não, de modo que muito do que se disse à época não poderíamos aplicar ao nosso meio atual. Seria assim quanto ao contato com os mortos?
Em primeiro lugar, o homem está mais preparado para esse contato, gozando de maior entendimento das leis físicas e morais que regem o Universo. Mas, em matéria bíblica, dentro do esforço que fazemos no sentido de obtermos maior fidedignidade possível ao pensamento, às vezes contraditório em função das palavras, citamos outro texto mosaico, presente em Números, capítulo 11 versículos 24 a 30:


"Moisés saiu e disse ao povo as palavras de Iahweh.
Em seguida reuniu setenta anciãos dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iahweh desceu na Nuvem.
Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciãos.
Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém, nunca mais o fizeram.
Dois homens haviam permanecido no acampamento:
um deles se chamava Eldad e o outro Medad.
O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos.
Puseram-se a profetizar no acampamento.
Um jovem correu e foi anunciar a Moisés:
“Eis que Eldad e Medad”, disse ele, “estão profetizando no acampamento”. Josué, filho de Nun, que desde a sua infância servia a Moisés, tomou a palavra e disse: “Moisés, meu senhor, proíbe-os!”
Respondeu-lhe Moisés:
“Estás ciumento por minha causa?
Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!”
A seguir Moisés voltou ao acampamento e com ele os anciãos de Israel."

Nesse trecho Moisés deixa claro o dom de “profetizar”, dizendo sobre o Espírito que desceu sobre Eldad e Medad e passou instruções aos ouvintes. Moisés nos alerta ainda que não devemos nos melindrar quando tais fenômenos ocorrerem, oxalá esses fenômenos fossem dados a todos.
Existe incongruência entre os textos mosaicos? Vemos que não, que Moisés proíbe a necromancia, a arte de ler a sorte, de buscar respostas fáceis com o Espíritos, e não o intercâmbio instrutivo em que servidores do Senhor são postos a receber as instruções do Espírito que desce sobre eles.