"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


09 dezembro 2009

Diante do madeiro



Ante a cruz infamante me prosterno
E contemplo-te, oh! Cristo, os membros lassos,
O duro lenho que te prende os braços,
Abre-te em sangue o coração fraterno.

Fitas o olhar de luz, dorido e terno,
Na cerúlea beleza dos Espaços,
Enquanto os homens, lúbricos e crassos,
Trazem ao monte o cavernoso inferno.

Rei prostrado ante horrenda lança em riste,
Pende-te a fronte dolorosa e triste,
Sob a traição cruel dos teus mordomos...

E choro e grito amargamente, a esmo,
Carregando, enojado de mim mesmo,
A vergonha dos Judas que ainda somos.

AUGUSTO DOS ANJOS

(Psicografado por Francisco Cândido Xavier, in "Nosso Livro", LAKE editora)

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