Simpatia e sensacionalismo mesclam-se nas relações da grande mídia com o Espiritismo
Temos no Brasil, segundo ultimo censo do IBGE de 2000, 1,3% de nossa população se declarando espírita. Embora ainda represente uma fatia pequena do total da população, e quase não tenha crescido percentualmente nos últimos 10 anos, a Doutrina Espírita no Brasil mantém-se como foco de grande interesse da mídia e da população em geral. Basta ver a variedade de programas de temática espiritualista na televisão, como o programa do Gaspareto que até recentemente ia ao ar pela Rede TV em que o Espírito Kalunga respondia às questões dos telespectadores (por incorporação do médium) ou, de maior impacto, e as telenovelas – a novela “Alma Gêmea”, por exemplo, retornará à grade de programação da Rede Globo em “Vale a pena ver de novo” e tem como mote a reencarnação. Não é a primeira novela a tratar do assunto. Em 1976, a novela “O Profeta” da TV Tupi contou inclusive com a participação especial de Chico Xavier. “A Viagem” foi outro grande sucesso de audiência, mostrando a obsessão e os complexos de culpa no Além.
Mas qual a repercussão dentro e fora da Doutrina? Como os não-espíritas vêem esses temas trabalhados na televisão? E como os próprios espíritas se comportam diante deles?
Embora percentualmente pequenos, os espíritas brasileiros vivem dentro de uma realidade religiosa fragmentada. Assim como existem católicos “praticantes” e “não-praticantes”, no Espiritismo existem “espíritas” e “simpatizantes”. Os primeiros freqüentam regularmente Centros Espíritas, estudam a Doutrina (entenda-se bem, Evangelho de Jesus, Allan Kardec e Chico Xavier) e se esforçam por absorver os postulados espíritas e a moral de Jesus; os segundos também freqüentam Centros Espíritas, lêem livros espíritas, mas não se aprofundam o suficiente no estudo sistemático, às vezes temem reprovações de conhecidos e preferem se dizer “simpatizantes”, denominando-se como praticantes de religiões diversas da espírita. Estima-se que estejam 25 milhões de brasileiros nessa situação. Isso sem falar em pontos doutrinários. Cerca de 60 % dos católicos acreditam em reencarnação! E esse é um ponto teologicamente combatido pela Igreja.
Essa simpatia que existe foi conquistada – e a quantos custos! – em sua imensa parte por Chico Xavier. Sua vida foi marcada pela caridade, pelo despojamento de tudo que é material; tudo que fez foi mandar notícias do Além, consolando e enxugando lágrimas; estudando e ensinando na prática o verdadeiro Evangelho de Jesus. O trabalho sério o fez conhecido e respeitado, principalmente nos meios populares. Alguns cinicamente associam o trabalho filantrópico espírita a capilarização da Doutrina em meios pobres, tradicionalmente católicos (com uma tendência de crescimento evangélico). Isso é absurdo pois que os espíritas contam-se, segundo o mesmo levantamento do IBGE, entre as pessoas de maior escolaridade e renda. A simpatia pela temática espírita, com foco na reencarnação e na caridade, é legítima pela naturalidade de suas idéias em todos os meios e pelo trabalho sério e constante feito por muitos seareiros.
Obviamente que nem tudo deve ser comemorado. Em geral, existe muito respeito ao se tratar de temas espíritas na mídia em geral. Mas com a tomada da direção de inúmeros órgãos de imprensa por setores neopentecostais de interesses inconfessáveis, muitos preconceitos que pensávamos estarem mortos ressuscitaram pelas mãos de inúmeros pastores. Em um programa do “Show da Fé”, de R.R. Soares, quando perguntado sobre audição mediúnica, referiu-se claramente a tal situação por “obra do demônio”. Edir Macedo, em livro retirado do mercado por determinação da justiça, afirmava coisas semelhantes, chamando seus fiéis a nova cruzada contra religiões em que o demônio se manifestava, que acabou provocando diversos ataques a terreiros na Bahia e pichações em muros de instituições espíritas.
Isso para ficar apenas num irrisório número de situações de impacto. Alguns programas de “baixo calão” notabilizam-se muitas vezes por tratarem de tais temas de forma sensacionalista, trazendo, por exemplo, “sensitivos”, “videntes” para casas ou lugares para fazerem registros mediúnicos de determinada situação. Não preciso nem dizer quais os abusos possíveis de serem cometidos. Enquanto por um lado tentam associar o Espiritismo ao demônio, por outro, o colocam no mesmo rol de práticas de adivnhação, apresentando em ambos os casos a Doutrina por tudo aquilo que ela não é.
E qual o melhor meio de vencermos tais meios depreciativos? Nossa postura, nossas boas maneiras, nosso conhecimento e prática evangélicas, eis a melhor propaganda doutrinária que fazemos. Se temos amigos evangélicos, porque não estudar o Evangelho com eles? São profundos conhecedores dos Testamentos e poderíamos progredir muito com estudos conjuntos feitos de forma respeitosa. Podemos, enfim, sem medo de nos declararmos espíritas, trabalharmos muito bem com todos, sem esconder o bem que nossa religião nos faz e apontarmos o cerne comum de todas as religiões cristãs, o exemplo de Jesus.
Respeitemos a todas as religiões, com a retribuição amorosa àqueles que nos dispensam amor ou com a paga cristã de devolver o Mal com o Bem.
Temos no Brasil, segundo ultimo censo do IBGE de 2000, 1,3% de nossa população se declarando espírita. Embora ainda represente uma fatia pequena do total da população, e quase não tenha crescido percentualmente nos últimos 10 anos, a Doutrina Espírita no Brasil mantém-se como foco de grande interesse da mídia e da população em geral. Basta ver a variedade de programas de temática espiritualista na televisão, como o programa do Gaspareto que até recentemente ia ao ar pela Rede TV em que o Espírito Kalunga respondia às questões dos telespectadores (por incorporação do médium) ou, de maior impacto, e as telenovelas – a novela “Alma Gêmea”, por exemplo, retornará à grade de programação da Rede Globo em “Vale a pena ver de novo” e tem como mote a reencarnação. Não é a primeira novela a tratar do assunto. Em 1976, a novela “O Profeta” da TV Tupi contou inclusive com a participação especial de Chico Xavier. “A Viagem” foi outro grande sucesso de audiência, mostrando a obsessão e os complexos de culpa no Além.
Mas qual a repercussão dentro e fora da Doutrina? Como os não-espíritas vêem esses temas trabalhados na televisão? E como os próprios espíritas se comportam diante deles?
Embora percentualmente pequenos, os espíritas brasileiros vivem dentro de uma realidade religiosa fragmentada. Assim como existem católicos “praticantes” e “não-praticantes”, no Espiritismo existem “espíritas” e “simpatizantes”. Os primeiros freqüentam regularmente Centros Espíritas, estudam a Doutrina (entenda-se bem, Evangelho de Jesus, Allan Kardec e Chico Xavier) e se esforçam por absorver os postulados espíritas e a moral de Jesus; os segundos também freqüentam Centros Espíritas, lêem livros espíritas, mas não se aprofundam o suficiente no estudo sistemático, às vezes temem reprovações de conhecidos e preferem se dizer “simpatizantes”, denominando-se como praticantes de religiões diversas da espírita. Estima-se que estejam 25 milhões de brasileiros nessa situação. Isso sem falar em pontos doutrinários. Cerca de 60 % dos católicos acreditam em reencarnação! E esse é um ponto teologicamente combatido pela Igreja.
Essa simpatia que existe foi conquistada – e a quantos custos! – em sua imensa parte por Chico Xavier. Sua vida foi marcada pela caridade, pelo despojamento de tudo que é material; tudo que fez foi mandar notícias do Além, consolando e enxugando lágrimas; estudando e ensinando na prática o verdadeiro Evangelho de Jesus. O trabalho sério o fez conhecido e respeitado, principalmente nos meios populares. Alguns cinicamente associam o trabalho filantrópico espírita a capilarização da Doutrina em meios pobres, tradicionalmente católicos (com uma tendência de crescimento evangélico). Isso é absurdo pois que os espíritas contam-se, segundo o mesmo levantamento do IBGE, entre as pessoas de maior escolaridade e renda. A simpatia pela temática espírita, com foco na reencarnação e na caridade, é legítima pela naturalidade de suas idéias em todos os meios e pelo trabalho sério e constante feito por muitos seareiros.
Obviamente que nem tudo deve ser comemorado. Em geral, existe muito respeito ao se tratar de temas espíritas na mídia em geral. Mas com a tomada da direção de inúmeros órgãos de imprensa por setores neopentecostais de interesses inconfessáveis, muitos preconceitos que pensávamos estarem mortos ressuscitaram pelas mãos de inúmeros pastores. Em um programa do “Show da Fé”, de R.R. Soares, quando perguntado sobre audição mediúnica, referiu-se claramente a tal situação por “obra do demônio”. Edir Macedo, em livro retirado do mercado por determinação da justiça, afirmava coisas semelhantes, chamando seus fiéis a nova cruzada contra religiões em que o demônio se manifestava, que acabou provocando diversos ataques a terreiros na Bahia e pichações em muros de instituições espíritas.
Isso para ficar apenas num irrisório número de situações de impacto. Alguns programas de “baixo calão” notabilizam-se muitas vezes por tratarem de tais temas de forma sensacionalista, trazendo, por exemplo, “sensitivos”, “videntes” para casas ou lugares para fazerem registros mediúnicos de determinada situação. Não preciso nem dizer quais os abusos possíveis de serem cometidos. Enquanto por um lado tentam associar o Espiritismo ao demônio, por outro, o colocam no mesmo rol de práticas de adivnhação, apresentando em ambos os casos a Doutrina por tudo aquilo que ela não é.
E qual o melhor meio de vencermos tais meios depreciativos? Nossa postura, nossas boas maneiras, nosso conhecimento e prática evangélicas, eis a melhor propaganda doutrinária que fazemos. Se temos amigos evangélicos, porque não estudar o Evangelho com eles? São profundos conhecedores dos Testamentos e poderíamos progredir muito com estudos conjuntos feitos de forma respeitosa. Podemos, enfim, sem medo de nos declararmos espíritas, trabalharmos muito bem com todos, sem esconder o bem que nossa religião nos faz e apontarmos o cerne comum de todas as religiões cristãs, o exemplo de Jesus.
Respeitemos a todas as religiões, com a retribuição amorosa àqueles que nos dispensam amor ou com a paga cristã de devolver o Mal com o Bem.
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