Questão 893, Livro dos Espíritos. Allan Kardec
Quando se pensa em adquirir algum tipo de virtude é comum
pensarmos em exemplos de destaque no desprendimento pessoal e ajuda ao próximo
para nos espelharmos. Porém quando estabelecemos uma comparação com aquele
modelo é comum transformar a diferença entre eles e nós em distância, produzindo
um afastamento quase que de grau imensurável.
Imaginemos uma escada e cada um num nível diferente. Quanto
mais alto e distante alguém estiver na nossa frente, mais esforço vemos em
nosso caminho para chegar até ele, pois a subida exige força de vontade e
objetivo. Dessa forma, as vezes temos até um sentimento de
inferioridade e de incapacidade perante as realizações alheias.
No entanto, os Espíritos Superiores vêm nos mostrar que toda
virtude é uma conquista própria e ela se concretiza sempre que conseguimos
impor nossa vontade de autocorreção à inércia do comodismo destrutivo,
independente do nível de complexidade que seja.
Assim, todo passo dado no domínio das nossas más inclinações
é um degrau mais alto que estamos subindo da escada evolutiva, seja em qual
degrau estivermos no momento, pois cada um sobe a escada por seu próprio esforço, os
outros podem até indicar o caminho, mas o ação é sempre nossa, por isso é uma conquista e ninguém pode tirar.