Nós vivemos num mundo envolto de probabilidades. Por
exemplo, a possibilidade de chuva durante a semana, a chance de uma pessoas
acertar os números na loteria e faturar o prêmio, entre outras. Até uma simples
dor de cabeça pode ter diferentes origens, o que demanda várias possibilidades
da causa.
Essa relação pode vir de várias maneiras, seja por uma
pesquisa científica e monitoramento da natureza (como no caso das chuvas), ou
por uma crença em algo não palpável (como a sorte no caso da loteria) ou na
experiência e conhecimento adquirido (como o médico que examina o paciente).
Porém, quando a relação entre os resultados e as suposições
deixam lacunas que não são resolvidas com um conhecimento apreendido, seja um
saber científico ou crença transcendente, e parece não haver uma causa ou
consequência aparente relacionada ao que conhecemos, nós temos a tendência de
dizer que aconteceu uma coincidência.
Mas pense na natureza, o tamanho da diversidade que há ao
nosso redor, imagine um jardim e como a grama cresce influenciada por fatores
que podemos identificar e outros que nem sempre conhecemos ou suspeitamos da
sua causa. Um jardineiro tem uma olhar diferente de um biólogo e de uma pessoa
sem conhecimento de plantas.
A maneira como que descrevem o jardim é feita a partir do
nível de conhecimento sobre aquela área. Mas, é importante ressaltar que embora
existam modos diferentes de compreender aquela situação, todos são capazes de
apreendem a realidade aparente com os sentidos.
Dessa forma, podemos pensar: “será que existem as
coincidências ou é apenas a complexidade do mundo que nos escapa pela vulgaridade
de nossa ignorância?”.
Dica de leitura
Pensando nessa reflexão, a dica de livro de hoje é “A Mansão
da Pedra Torta” da médium Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho pelo espirito Antônio
Carlos que traz, por coincidência (vejam só), uma história que envolve essa pergunta.
O livro é um romance de fácil leitura, pois o emprego da
linguagem simples e direta aliada aos diálogos entre as personagens torna a experiência
da leitura bem fluida e de fácil compreensão.
Já quanto a história, posso dizer que é algo bem envolvente
já que a narrativa se desenvolve a partir do autodescobrimento da personagem
Ana Elizabeth que encontra na exploração de cada conto e canto da Mansão da Pedra Torta um meio de devassar seu próprio passado espiritual que não tinha ideia de que existia. Essa dinâmica confere uma certa ansiedade para saber como a história vai acabar ao final das 192 páginas.
Vale ressaltar que assim como Ana não suspeitava o que poderia
vir após uma simples oferta de emprego, o livro coloca o leitor para pensar a
respeito das tais coincidências da vida por meio de uma história simples que
poderia acontecer (e está acontecendo o tempo todo) com qualquer um de nós.
A descoberta e afloramento de sentimentos de vidas passadas e o comprometimento espiritual que pode atravessar reencarnações também estão presentes nesta obra. Aqui vale lembrar o que Kardec escreveu no Livro dos Espíritos sobre o mecanismo de atração entre espíritos afins.
388. Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e
que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de
simpatia?
“Entre os seres pensantes há ligação que ainda não
conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis
melhor.”
Porém, como a história é contada com diálogos que são
ilustrativos quanto a essa questão espiritual não é necessário do leitor nenhum
conhecimento específico sobre a Doutrina Espírita para entender a situação.
Assim, essa é uma obra não apenas para servir de reflexão
sobre o mecanismos das “coincidências”, mas também para instigar a atenção do
leitor aos detalhes da própria vida e a relação
dele com algo maior que apenas a existência temporal.
Ficha
Técnica
Livro: A Mansão da Pedra Torta
Autor: Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
(médium) e Antônio Carlos (autor espiritual)
Páginas: 192
Editora: Petit
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