Se há um assunto que deixa alguns tipos de adeptos da
doutrina Espírita de cabelo em pé é dizer que seres desencarnados como
pretos-velhos, índios e guardiões também trabalham em Centro Espírita e seguem
o Cristo.
Não iremos aqui abrir uma discussão pautada nas
diferenciações sociais que os adeptos de uma ou outra vertente doutrinária ou
religiosa levam para dentro de algumas casas e por consequência os preconceitos
do próprio gênero humano em estágio evolutivo.
Nem tampouco julgar suas raízes na complexidade do
psicologismo do comportamento humano ou do processo histórico de formação da
sociedade em que estão inseridas essas crenças, pois isso seria demasiado além
das minhas capacidades.
Mas, vamos propor ao leitor deste texto um raciocínio
simples, porém lógico sobre esse assunto. Lembre-se do seu dia a dia, de como
você se manifesta nos diferentes círculos da sua vida.
Na sua casa, por exemplo, você não precisa de formalidades.
Não é necessário estar vestido de maneira solene para se sentar à mesa e
almoçar com sua família, nem se utilizar de palavras ou expressões muitos
rebuscadas, afinal ali é um local de intimidade e as pessoas que estão
presentes não precisam de outras formas para entender você.
Porém, em seu local de trabalho, você tem algumas regras
diferentes da sua casa, pois convive e divide espaço com outras pessoas e por
isso tem que seguir algumas normas para conseguir se manifestar da maneira mais
adequada aquele local para desempenhar sua função.
Mas e se você estiver na casa de um amigo ou familiar? Como
vai se comportar ou vestir? Pois bem, acredito que a resposta seja “da maneira que
acredito ser o melhor jeito de me expressar em conformidade com o lugar”.
Assim é com os espíritos desencarnados também, são pessoas como nós, estão apenas em um estado vibratório diferente do nosso. Kardec traz um importante levantamento quanto sobre a identidade de uma inteligência desencarnada, mas que poderia muito bem servir de parâmetros para seres encarnado
Assim é com os espíritos desencarnados também, são pessoas como nós, estão apenas em um estado vibratório diferente do nosso. Kardec traz um importante levantamento quanto sobre a identidade de uma inteligência desencarnada, mas que poderia muito bem servir de parâmetros para seres encarnado
“Não se deve
julgar da qualidade do Espírito pela forma material, nem pela correção do
estilo. É preciso sondar-lhe o íntimo, analisar-lhe as palavras, pesá-las friamente,
maduramente e sem prevenção. Qualquer ofensa à lógica, à razão e à ponderação
não pode deixar dúvida sobre a sua procedência, seja qual for o nome com que se
ostente o Espírito.” Explica Kardec em O Livro dos Médiuns, questão 267,
item 5º.
Paralelo
Agora pensemos, mesmo com as diferentes formas de
manifestação nos diversos círculos da vida, seja mais ou menos formal, usando
essas ou aquelas palavras, em algum momento deixamos de ser nós mesmos?
Claro que não! Estamos apenas nos comportando da maneira
mais adequada a nos expressar naquele contexto. Vale ressaltar que estamos
falando em meios de expressão e não em ter comportamentos ou pensamentos
diferentes em cada situação, pois isso seria uma dissimulação de nossa parte.
Assim, como nós vestimos roupas diferentes e falamos de
maneira a usar essas ou aquelas palavras para se fazer entender de modo mais
adequado em diferentes locais o mesmo acontece com os espíritos fora da carne.
Eles podem se manifestar da maneira com que julgam se
expressar melhor, procurando dessa forma doar o que há de mais sublime dentro
deles, o seu conteúdo de vida e experiências morais.
Acontece que muitas vezes nos deixamos enganar com as aparências
e esquecemos de prestar atenção no conteúdo, pois quando vemos algo que nos
remete a ligações que julgamos sem muito valor já formamos um pré-conceito
(ideia anterior ao conhecimento do fato real) colocando algumas barreiras e
entraves, deslocando nossa atenção para o exterior e não para o interior.
“Não é a pessoa
deles o que nos interessa, mas o ensino que nos proporcionam. Ora, desde que
esse ensino é bom, pouco importa que aquele que o deu se chame Pedro, ou Paulo.
Deve ele ser julgado pela sua qualidade e não pelas suas insígnias”.
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