Com "Nosso Lar - O Filme" chegando próximo a marca de 2 milhões de espectadores nesse final de semana, e após ter tido a oportunidade de assistir a essa pérola nos dias que passaram, deixarei aqui algumas considerações com respeito às críticas que tenho lido sobre o filme.
Ao ler as primeiras críticas confesso ter ficado preocupado. Todos falavam do didatismo exagerado, dos temas fantasiosos e viam com reservas a trilha sonora, além das roupas e do aspecto da cidade. O Alex, que escreve neste blog, me afiançou após ver o filme que muitas delas não se justificavam, opinião totalmente de acordo com a maioria esmagadora dos comentários do público geral em sites especializados e blogs. Qual a razão, portanto, de tanta má vontade? O que de fato o filme traz a tona e porque incomoda tanto? É algo que tentaremos responder.
Quanto a cidade em si, os comentários variaram de "uma mistura de Brasília com Krypton" até "o brasileiro não se livra de Niemeyer nem no além", ou ainda que "Nosso Lar copiou Brasília". É preciso lembrarmos, entretanto, como responde Richard Simonetti em carta a revista Veja, as datas em questão. O livro é de 1944 e Brasília teve seu projeto em meados dos anos 50. Logo, Brasília que copiou Nosso Lar! E depois, é uma cidade espiritual, de difícil descrição pela falta de termos para analogia em nosso mundo material, portanto, é muito difícil conceituar corretamente todos os detalhes arquitetonicos, de cores e formas da cidade, ainda que o filme tenha sido muito feliz nesse aspecto e os efeitos especiais cumprem seu papel de tornar esse mundo real (mas algumas cenas, poucas, deixam a desejar nesse quesito...)
Quanto aos aspectos fantasiosos.... Bem, Júlio Verne escreveu sobre submarinos nucleares, sobre o poder da mídia e viagens assombrosas que foram tidos como "ficção e fantasiosos", para no século seguinte se tornarem realidade. É preciso ter alguma humildade com relação ao Conhecimento, para se reconhecer suas próprias limitações e seu assentamento sobre "verdades" transitórias. Ter um onibus que voa não nos parece tão improvável. A Teoria M admite 12 dimensões que se interpenetrariam e teriam vida dentro delas, verdadeiros planos adstritos ao nosso planeta. A mente tem sido compreendida com cada vez mais complexidade e assombro e o invisivel, as ondas, energias, nos cercam de todos os lados. Pensemos duas vezes antes de dizermos que "Nosso Lar" é tão fantasioso assim.
Com relação a trilha sonora, acho que foi o ponto de maior má-vontade da crítica em geral. Todos comentavam que o ganhador do Oscar Philip Glass havia composto a trilha, para logo em seguida dizer "que estava longe de seus melhores trabalhos". Ora, a trilha, na minha opinião está ótima. É uma feliz leitura do filme e emociona em vários momentos. Não me lembro no cinema nacional de uma trilha com a qualidade de "Nosso Lar". Quanto à narrativa, o filme está bem agradável, e longe de ser "uma chatice" como disse um repórter da Folha. A história flui dinâmica, bem amarrada, com cenas lindíssimas regada com boa música. O "didatismo" tão citado é necessário, e não foi usado de maneira doutrinária, mas apenas para conduzir o espectados com mais facilidade pelo filme, e a solução final, se não for a melhor, foi a mais exequível pela grande quantidade de variáveis que o filme teve que lidar em aspectos de público.
Desse modo, não via há muito tempo tanta má-fé por parte de um número tão grande de formadores de opinião da mídia escrita. O julgamento do filme, apesar de todos dizerem o contrário, foi sim influenciado pelo fato de ser um filme espírita. É nítido. Até tentaram criar polêmica com relação aos desencarnados judeus que aparecem no filme, dizendo se tratar de uma falta de respeito. Ora, apenas foi retratada o que ocorreu na 2 Guerra com milhares de judeus mortos. O filme é bom sim. Surpreendentemente bom! E todos que o assistiram, espíritas ou não, dizem o mesmo.
Um amigo evangélico que foi assistir o filme comigo confessou ao final da sessão: "dá até vontade de acreditar..."
E creio ser esse o real motivo de tantas críticas ruins. O filme incomoda. Falar em imortalidade, em regeneração, em aperfeiçoamento moral com planos dimensionais habitáveis, numa sociedade como a nossa com tantas inversões de valores, é uma verdadeira afronta, um perigo para os materialistas aguerrido em seus princípios supostos irrevogáveis ou aos religiosos insinceros ou sufocados pelas dúvidas.
É exatamente como assevera Emmanuel no início do livro:
"André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, na qual edificamos o Céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração"
olá,colegas parabéns pelo blog, é 10 bjs sueli
ResponderExcluirParabéns, amigo, pelo excelentes comentários refutando críticas exageradas mais recorrentes em relação ao filme.
ResponderExcluirParabéns Júlio pelo seu excelente e oportuno comentário.
ResponderExcluirEstão também de parabéns todos aqueles que tiveram a ideia fantástica desta iniciativa, ou seja, incrementar a difusão do espiritismo através da cinematografia, como também todos os que direta ou indiretamente trabalharam e participaram em colocar nas telas essa obra fantástica da temática espírita. Realmente, está mais do qu...e na hora de uma maior conscientização da problemática existencial do homem, despida de preconceitos, sectarismos ou radicalismos de qualquer natureza. Tenhamos a coragem de pensar por nós próprios à luz da razão, deixando de fazer parte de rebanhos seguidores de princípios dogmáticos e utópicos sem qualquer fundamentação. Despindo-se desses preconceitos, acredito que qualquer pessoa tenha capacidade em abraçar o espiritismos de braços abertos.
Aproveito a oportunidade de dar a conhecer através do meu site: www.olivrodosespiritos.com.br
a tradução mais moderna e fácil de entender de "O Livro dos Espíritos" a primeira obra indispensável para quem se quiser iniciar nesta doutrina, e também para os que já sendo espíritas queiram absorver uma melhor leitura e compreensão.
Não deixem de ver este invulgar e divino filme.
Gostei do que você disse. Acho que as críticas negativas vêm das pessoas que não querem realmente pensar no assunto pois admitir que aquilo não é fantasia implica em começar a repensar como se leva a vida atual. Para estas pessoas, é mais fácil e prazeroso não pensar a respeito. Escolhem só o 'a curto prazo'...
ResponderExcluirA trilha de Phillip Glass é parecida com todas as outras que ele faz. Não da pra cantarolar ou decorar ela, mas é bonita, tocante e fica ecoando na sua cabeça depois do filme.
ResponderExcluirAcredito que o nosso maior problema é a crítica sem conhecimento. O medo do desconhecido e o orgulho que nos impede de assumir nossa ignorancia, por isso houve tanta negativa neste filme.
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