Assistindo ao DVD “Concert for George”, um tributo de vários amigos ao “quiet Beatle” George Harrison, uma música em especial me chamou a atenção. O show todo, obviamente, manteve-me preso ao monitor, relembrando as grandes músicas daquele que submergiu às profundezas de si mesmo em buscas de resposta, e viu na vida espiritual e na meditação, resposta e caminho para os dilemas que a fama lhe trouxe. Ao final do show, Joe Brown tocou “I’ll see you in my dreams”, acompanhado de uma chuva de pétalas de flores. Nada mais espiritualizado que isso!
O fato é que ali expressava-se a dor e a saudade, a reverência e a irreverência, ao estarem todos juntos falando de um amigo querido em comum que os havia deixado. A saudade, realmente, que fica pra nós que permanecemos, e a que vai conosco quando perecermos, não é e não deve ser nada fácil!... Quanto tempo mais teríamos de agüentar até o reencontro feliz, repleto de lágrimas e conforto ao abraçar um amigo, beijar um pai, uma mãe, um avô? A aflição é grande, mas com Deus, a esperança é maior.
A certeza de que a morte não é o fim – não para o espírito, apenas para o corpo – nos dá força, e os compromissos do mundo nos impelem a seguir adiante, ainda que aparentemente sozinhos. Mas a misericórdia de Deus é realmente muito grande e alguns meios tornam-se úteis quando é necessário amenizar um pouco a dor da partida. Afinal de contas, como escreveu Chico Buarque, a “saudade é o pior tormento/pior que o esquecimento/a saudade é o revés de um parto/ a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu” – difícil definir dores piores que essas...
A psicografia foi amplamente divulgada por Chico Xavier em seu trabalho de instruir e consolar. E, certamente, dezenas de milhares de famílias receberam cartas de entes saudosos, mostrando que continuavam a viver, se identificando e comentando coisas de um círculo muito íntimo de convívio, impossível de ser devassado por quem quer que fosse. Muitas famílias foram confortadas e puderam a partir de então seguirem mais confiantes nas realizações ainda por se completarem. Alguns desses casos tiveram muita repercussão na mídia, como o do filho de Nair Bello, mas anônimos ou famosos, todos deixavam como lição a imortalidade da alma e a certeza do reencontro.
Um meio também ao alcance de todos é o do sono. Ao adormecer o corpo, nosso Espírito goza de maior liberdade, e pode mesmo se afastar do veículo físico e se reencontrar com Espíritos amigos. Quantos de nós não sonhamos algo vívido, organizado, extremamente real, com alguém que amamos e acordamos repletos de lágrimas? Até mesmo no Plano Espiritual é assim. Haja visto em “Nosso Lar”, quando André Luiz visita em sonho sua mãe, que se encontra em plano superior ao dele, e tem como meio de intercâmbio o sono.
A música que encerrou o concerto diz algo assim:
“Dias sozinho são longos/ O entardecer canta uma canção/ Toda a felicidade como costumava ser/ Breve meus olhos estarão fechados/ Breve eu repousarei/ Mas em meus sonhos, você sempre estará perto de mim.../ Te encontrarei em meus sonhos/ Te abraçarei em meus sonhos/ Alguém levou você de meus braços/ Ainda sinto o brilho de seus encantos/ Lábios outrora meus/ Olhos ternos brilhantes/ Eles iluminarão meu solitário caminho essa noite/ Te encontrarei em meus sonhos”
O belo retrato de uma saudade que ultrapassa a Eternidade.
Julio a saudade e o sentimento de alguem que ja passou pela sua vida em encarnação passada é forte, a momentos que a lembrança vem a tona de uma forma real, e como não acreditar em reencarnação...
ResponderExcluirGostei de ler Te encontrarei em meus sonhos, muito bonito.
Tenha uma boa semana
tudo de bom
Abraços