"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


31 outubro 2010

Isto não é Espiritismo (2) - por Raul Teixeira

Nos Domínios da Mediunidade

"Um retrato profundo e elucidativo dos problemas da mediunidade"


O livro de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, é uma jóia rara no estudo da mediunidade. Não bastasse a autoridade de Chico Xavier como medianeiro para autorizar a obra, o livro por si só mostra-se maravilhoso àqueles que o visitam, mantendo a alta qualidade dos títulos assinados pelo autor de Nosso Lar.


Trata de situações de corriqueiras nos trabalhos mediúnicos. André Luiz vem à crosta observar em um pequeno grupo espírita, junto de Áulus, grande estudioso do magnetismo na Terra e agora iluminado instrutor da mediunidade, os desdobramentos do trabalho mediúnico. A grande inovação desse livro é mostrar o intercâmbio a partir do plano espiritual, diferentemente da maioria, trabalhos da Terra que pretendem organizar o trabalho e disciplinar seus colaboradores.


Com explicações que variam desde a formação de um grupo mediúnico até ricos detalhes sobre psicofonia ou psicografia, o livro é essencial ao estudo da mediunidade. Por ser tão rico e diverso em seu alcance, no intuito de facilitar o acesso a todas as informações do livro e organizá-las para facilitar um estudo sistematizado do mesmo, Martins Peralva lançou o livro "Estudando a Mediunidade", que segue quase capítulo a capítulo, o livro de André Luiz. É quase como um livro de notas, que amplia o conteúdo do livro e é muito competente na tarefa de "digeri-lo" para melhor acesso do leitor.

Fortemente recomendados ambos os livros.

10 outubro 2010

Feriado em NOSSO LAR

Dificuldades no trabalho mediúnico

O intercâmbio mediúnico definitivamente não é tão simples como pensam muitos. Não se trata de repousar a mão sobre a fronte e ouvir vozes e ver seres desencarnados. Manifestações desse tipo correspondem a uma minoria que em geral ocorrem de forma mais sutil e sujeitas a diversas interferencias. Trataremos de algumas delas brevemente.

Dentro do campo da sintonia em que ocorre o fenômeno, o ruído sempre existe quando ocorre transferencia de informação - em qualquer sistema de transmissão. No caso da mediunidade tal ruído se associa a fatores ambientais e anímicos, isto é, referentes ao próprio médium. Um ambiente propício às manifestações, com pensamentos elevados cultivados em harmonia e simpatia entre os participantes, atrairá espíritos felizes e instruidos, auxiliando na sustentação dessas vibrações, mantendo um laço fluídico de ligação entre o perispírito do médium e do espírito comunicante mais estável.  Quanto ao médium, seu grau de inconsciência também afeta a mensagem, mas sobretudo sua atitude mental.

Ao "receber" a mensagem do espírito, ela passa pela mente do médium, que observa seu fluxo torrencial alheio a si próprio, embora possa interferir sobre ele. É como se a mensagem fosse uma corredeira de água e o médium seu observador que eventualmente pode tentar barrar-lhe o movimento, dar-lhe mais força ou simplesmente deixar-se levar por ela. Essa interferência pode ser intencional ou não, inconsciente, em que o médium não consegue simplesmente diferenciar um conteúdo próprio de sua mente daquele do comunicante. Por isso é muito importante a educação mediúnica para se exercer tal prática com segurança, uma vez que na lida direta com o trabalho mediúnico as situações são praticamente infinitas e frequentemente visitam o inusitado.

O estudo constante do trabalhador espírita também é fundamental. Em parte pelo preparo para lidar com essa infinidade de situações de vida - e de morte - que o contato com os desencarnados provê, e em outra pois como um porta-voz dessas entidades deve esmerar-se por ser o mais fiel possível.

Já o problema da sintonia talvez seja o mais importante pois depende do status mental do médium, sua dedicação à sua reforma moral, sua capacidade de concentração e de atingir elevadas esferas com seu coração. Um servidor invigilante, vítima de excessos e de pensamentos pouco nobres, facilmente se verá envolto em idéias confusas e exóticas, que longe de esclarecer, apenas levarão dúvida e sombra a quantos a ouçam, mas principalmente ao médium.

Novamente, debalde todo o conhecimento adquirido sobre a ocorrencia mediunica em toda a sua diversidade, resvalamos sempre no problema moral do homem. O fenômeno impressiona, mas o Evangelho educa e regenera.

Uma prática mediúnica responsável requer, antes de ciência, caridade e amor.