"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


30 julho 2016

Imortalidade consciente



Pensemos em nossa vida de seres criados por Deus como se fosse o desenrolar dos dias. Existe uma sucessão de fatos em ordem cronológica que produz desdobramentos lógicos futuros, no entanto, essas ações estão relacionadas a escolhas presentes, porém, embasadas em vivências passadas, pois a experiência só se consolida após o acontecimento. 

Contudo, no decorrer da sucessão de fatos, novas escolhas são feitas e podem alterar as predições futuras, já que essas não se concretizaram ainda. Essas escolhas também geram experiências que se somam as anteriores, formando novas conexões, reformulando o nosso passado no sentido de expressá-lo, porém sem alterá-lo em sua forma fatídica.

Dessa forma, chegamos a um complexo mecanismo espaço-temporal, em que o ser tem a sua frente um presente que permeia o passado e futuro, sendo que as delimitações cronológicas ficam retidas às ações fatídicas, no entanto, a ressignificação desses contextos é reformulada a cada nova vivência do ser.

Com isso, as fronteiras entre passado, presente e futuro se diluem se pensadas numa dimensão não linear, pois as interações entre esses tempos acontecem de forma incessante, e na atualidade. Assim, podemos dizer que a continuidade ou descontinuidade do espaço e tempo vai depender de como estamos olhando para nossa vida, se isso é de forma fragmentada ou integral.

Essa noção de rompimento de fronteiras traz implicações de grande ordem na existência, pois se estou olhando de forma fragmentada há a tendência de observar os fatos de modo mais determinista e localizado, no entanto se vejo de maneira integral a visão se amplia e se capacita a um entendimento de contexto universal.

Assim, na primeira visão temos um esquema divisional da vida, uma imortalidade inconsciente, já que ela fica subentendida pelas etapas e restrita pelo fenômeno da morte. Já na segunda, o conceito de imortalidade é vivido na forma mais pungente, pois a expressão do ser não se limita nas etapas fatídicas, mas se erradia e interpenetra entre esses contexto, produzindo a consciência da continuidade da vida, não importando a localidade espaço temporal em que o ser de encontra, pois se o fluxo de vida do ser é contínuo o deslocamento cronológico ou espacial é que se inserem neste contexto e não a consciência que se enquadra nessas delimitações. 

Há então o conceito da naturalidade da reencarnação.